terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Nothing Lasts Forever


Eu ainda não entendo a facilidade que você teve pra virar as costas e caminhar sem ao menos olhar pra trás. Eu não entendo como você conseguiu desfazer todas as promessas que me fez nos últimos meses e simplesmente ir embora. Mas, como a mulher de fases que sou, sei que esta é apenas mais uma... uma que vai demorar pra passar. E sabe, nada dura pra sempre. Nem o meu amor por você e muito menos essa dor que sinceramente tá me matando. Você não foi o primeiro que dividiu comigo as estrelas que o céu pintava na minha janela, mas foi nelas que eu enxerguei o seu nome outro dia... Apesar de tudo eu não vou desistir de mim mais uma vez... você me ensinou que a única pessoa que pode me fazer feliz sou eu mesma. Você não desistiu de mim quando eu já havia desistido, e só isso já paga todas as lágrimas que estão molhando o teclado agora. Aprendi também que quando a gente ama a gente tem que deixar livre... então vai meu amor, mas por favor volta!

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Desenho por Rafael Becerra.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

É ele


Ei você. Eu sei que você me vê sair de casa todos os dias e me encara enquanto espero meu ônibus na rua de baixo. Eu sei que você sai 10 minutos antes do trabalho pra ver se me encontra na volta para casa. E se me vê do outro lado da rua você atravessa na tentativa de chamar minha atenção. E sabe, você conseguiu. Eu admiro a paciência que você tem de analisar cada traço da minha fisionomia. Eu acho lindo o respeito e o cuidado que você tem com as palavras quando se refere a mim. Eu sinto sua respiração no ritmo da minha quando vem me cumprimentar. Eu percebo os seus olhos em mim mesmo quando estou longe e distraída. E o melhor de tudo é que você me conhece melhor do que ninguém. E me entende melhor do que ninguém. E me trata melhor do que ninguém. E além de tudo você sempre foi meu companheiro, confidente, amigo. Talvez você tivesse razão quando me ligou semana passada, dizendo que podíamos ser mais juntos. Podíamos ser o melhor de nós dois. Eu acho que eu sempre soube e você também. Nossas vidas foram feitas uma para a outra, nossas características moldadas para os defeitos um do outro. O seu corpo é o encaixe perfeito do meu, com a estrutura exata pra suportar os tantos pesos que trago comigo. Eu tentei esconder de mim mesma, por anos, o quanto as minhas imperfeições fazem das suas insignificantes. O quanto somos tão desajeitados separados, mas imbatíveis juntos. Mas está na hora de enfrentar, de aceitar. Talvez seja verdade que eu amo o seu sorriso, o seu andar, o seu jeito despreocupado de contar o que fez durante o dia. Inevitavelmente, eu sou apaixonada pela pessoa que você se tornou na minha vida, apaixonada por você.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Adeus


Eu digo Adeus. Vou-me indo por aí, sem caminho, sem destino. Quero correr todos os campos floridos que encontrar, nadar em todos os oceanos que eu puder. Deixa eu tomar esse banho de chuva, rolar na grama como uma criança. Deixa, deixa eu ser... Deixa eu ser inconsequente e imatura só mais uma vez...enquanto é tempo. Vou viajar, conhecer países e lugares que eu nunca vou esquecer, vou falar com gente estranha e fazer amigos na fila do pão. Quero pular de paraquedas e mergulhar nas Ilhas do Caribe. Deixa eu viver, deixa eu viver. Eu tenho pressa, pressa de sentir o vento no meu cabelo, de sentir as gotas no meu rosto. Eu tenho pressa de respirar esse ar que oxigena o meu sangue e me traz a vida. Deixa eu ir, sem data marcada pra retornar, sem passagem pra voltar. Deixa eu ir, deixa eu ser, deixa eu viver, deixa eu procurar... e diga a todos, que só volto quando me encontrar.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Desejaria mil vezes que sua mãe tivesse tido dor de cabeça naquele dia. Ela não teve, você nasceu. E o pior, me conheceu. Esbarrou em mim e derrubou todos os meus livros, bagunçando todas minhas folhas e depois, toda minha mente. Desculpe a rima, mas não consigo evitar, tudo que eu escrevo sobre você acaba virando poesia. E você não merece ser na minha vida, nem aquela frase que digo toda vez que chuto o dedinho na quina da cama. Você é um idiota, que não tem nada na cabeça e no coração. E o problema é justamente esse, eu sempre achei que poderia completar esse vazio. Eu não sou o suficiente, sou mais que isso. Eu sobro. E essa parte que sobra dói toda vez que você diz que não tem certeza. Decorei suas palavras, mas nunca as entendi.

Desisto de te deixar explicar, sua vez acabou.


(Desconheço Autoria)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

...


E o meu maior medo era te ver assim, tão entregue, tão disposto, tão presente mesmo com todo o seu passado. Me assustava te ver querendo me fazer bem, querendo apagar de mim tudo o que me fez ser o que eu sou hoje, tão desconfiada, tão inacessível. Talvez você também tivesse medo, medo das minhas reações, medo dos meus medos. E mesmo assim queria estar comigo, apenas estar comigo, sem cobranças, sem clichês, sem rótulos. Você não precisava de uma aliança no dedo nem mesmo sair por aí dizendo que eu era sua e só sua, pra você bastava que eu fosse sua enquanto estivesse com você. E eu não vou negar que eu gosto de você, gosto sim. Mas por gostar não vou me permitir entrar nessa falta de compromisso. É verdade que eu andei meio sem rumo ultimamente, estive em muitos abraços e dormi várias vezes pensando em outros, mas eu continuo aqui, debaixo de toda essa proteção. Continuo a mesma menina que não consegue te beijar e esconder, que se controla pra não gritar pro mundo que meu lugar é do seu lado. Mas maior que o medo que eu tenho de te ver assim, é o medo que eu tenho de me ver aqui, sabendo que você vai ler esse texto e vai achar que é hipocrisia. Me desculpe se eu não sou tão transparente quanto você gostaria, me desculpe se o meu medo é maior que a minha capacidade de correr até você, me desculpe...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Não jogo mais.


Eu preciso aprender que beijos não são compromissos. Que palavras nem sempre são tão verdadeiras quanto parecem ou quanto eu desejo que sejam. Que mentiras são ditas frequentemente e atingem você quando você menos espera. E quer saber, nem tudo é tão real quanto parece. Eu cresci tentando ser forte o suficiente por mim e pelas pessoas ao meu redor. Eu sempre fui aquela que nunca deixa transparecer quando está mal. Mas eu conheço muito bem os lugares mais escuros que você pode imaginar, eu já estive lá. E sim, é real. É tão real que às vezes eu continuo me sentindo tão perto que choro de medo de retornar. E é um medo que me consome e me apavora. Me apavora porque daquele lugar ninguém pode me tirar. É algo que eu tenho que querer fazer, só eu. E é por isso que eu tento não acreditar em você. Não levar a sério seus beijos, suas palavras e suas mentiras. Mas infelizmente eu não sei fingir. Eu não sei jogar esse seu joguinho que tanto te diverte. Eu ainda acredito em mim, e no potencial que eu tenho de te fazer mal e te fazer bem. E você sabe o quanto me tira do chão, o quanto me faz segurar a respiração. Não vou mentir. É verdade. Eu sempre joguei com você, conheço suas regras e seus truques. Eu pratiquei a vida inteira a aterrissar com meus próprios pés, a te manter no ataque mas nao me machucar, mas esse movimento de se apaixonar ainda insiste em me fazer cair, e aí já era. Porque você ofusca a minha visão, você confunde os meus pensamentos. E colocar o coração pra jogar com você é injusto, é imaturo, é irresponsável.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Passado


Não vou negar o meu passado e todos os erros e consequências que ele carrega. São tantos, são muitas. Eles me afetam e me consomem até hoje e construiram quem eu sou, com toda culpa, toda carência e todo medo. E por conhecer esse filme, insisto em colocar na sua mão essa corda que eu puxo com tanta garra e faço você segurar tão firme que mesmo se quisesse não soltaria. E eu te arrasto com todas as forças que ainda me restam, numa tentativa frustrada de te tirar desse pesadelo que só você não enxergou o fim. E essa corda me sufoca e me dilacera a cada passo, cada movimento. Tá ficando pesado. Não suporto o peso que você traz consigo. É demais pra mim. Eu não aguento te ver segurando esta corda com uma mão, sendo que a outra agarra um passado remoto e distante, um passado que vc insiste em fazer ser seu presente. Tô aprendendo que não basta apenas eu querer te ajudar, querer ser seu alicerce e sua segurança. É preciso que você se disponha, se entregue, chore, grite, esperneie, mas olhe pra mim. Mantenha seus olhos nos meus e não deixe que nada te faça olhar pra trás. Mas você não o faz. E por isso eu preciso desistir. Preciso desistir porque se eu não te soltar agora, vamos os dois praquele lugar sombrio de novo. E eu não tenho condições de ir pra lá novamente, não conseguiria voltar. Por isso eu tô soltando a corda. Pronto. Ela tá amarrada no meu pulso, mas você não mais a segura. Eu continuo aqui, presente, assistindo a sua vida de fora, acompanhando cada lágrima que você ainda derrama. Agora sente, feche os olhos, escute o silêncio que você provocou. Sinta a minha ausência e a falta do calor por perto. Você escolheu este lugar, não vou te obrigar a sair. Mas a corda continua aí, são apenas dois passos pra que você a alcance. Eu continuarei aqui, durante toda a minha vida. Quando você desistir de ser triste, apenas segure-a, e eu estarei do outro lado, pronta pra te ajudar a caminhar. E estarei firme, com o mesmo abraço de sempre, com a mesma voz que você procurava no telefone, com o mesmo perfume que vezes você tentou gravar o cheiro. Estarei aqui. São dois passos. Apenas dois passos.

sábado, 25 de setembro de 2010

'Vem me buscar, me leva pra longe daqui. No caminho de lugar nenhum eu te explico sobre minha fuga e os motivos de eu decidir voltar. Eu desisto de desistir de você. Sei que eu não posso querer você só de vez em quando, nem fazer você esperar eu me apaixonar. Só fica mais um pouco. É da sua companhia que eu preciso pra respirar agora. Não precisa dizer nada.'

Verônica Heiss

domingo, 19 de setembro de 2010

Eu sou ingrata...


A verdade é que eu sou ingrata. É, ingrata sim. Eu passei 17 anos da minha vida - como se fosse muito tempo - pedindo um príncipe encantado, que fosse alto, bonito, simpático e que não ligasse pras minhas gordurinhas ou cismas ou tpm's ou seja lá qual defeito mais eu tenha. E num belo dia eu acordo, e me sentindo boa o suficiente resolvo ir falar com ele. E falei. A gente saiu e as lacunas de assunto eram preenchidas por beijos sem motivo, meio desajeitados, típicos de quem não se conhece. E eu fui embora, com o coração na boca, a mão suando. Eu parecia mesmo uma adolescente de 17 anos que nunca tinha namorado. Mas eu sou ingrata, eu ja disse. Continuo achando ele alto, bonito e simpático, mas sempre há alguém menos alto, menos bonito e mais simpático. E esse alguém me abraça como se conhecesse meu corpo centímetro por centimetro, e respira no meu ouvido como se soubesse que isso me enlouquece. E me segura pelas costas como quem não quer nada mas ao mesmo tempo daria tudo pra me ter ali. E ele tem. E tá errado. Tá errado porque o príncipe encantado continua me ligando, e me deixando scraps e sempre tem uma mensagem de texto dele no meu celular. E ele é tão perfeito que eu não consigo trocá-lo pelo outro. Mesmo que o outro faça meu coração disparar só de sorrir, faça meu estômago se contorcer só de apoiar a mão no meu ombro, e faça meu corpo se enrigecer tentando manter a postura, enquanto me seguro para nao abraçá-lo, não me aproximar... E as mãos dele continuam em mim, embora os olhos nunca encontrem os meus, embora os pensamentos estejam tão longes que nem sou capaz de alcançar. Mas ele insiste em estar presente em cada pensamento, em cada suspiro e em cada vontade de me suicidar. E me suicido assim, diariamente, enquanto um príncipe ainda luta por aí tentando me salvar de algo que eu não consigo me livrar, ou consiga, apenas não quero.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu. Você. Nós.


Acho insensível dizer que o velho já não me serve. Aliás, posso dizer que ninguém me serviu tão bem quanto você. Hoje, anos depois, posso ver com clareza o quanto seus pés me guiaram para estradas de paz e tranquilidade, o quanto seu sorriso me teletransportava para paraísos tão seus. E arrisco dizer que você, velho amor, foi o encaixe perfeito do abraço, a batida ideal do meu coração, o catalisador eficaz dos meus instintos. Você fez da criança inocente a mulher que sou, tão armada, tão conciente e tão confiante. Você me fez acreditar que enquanto em meus braços, o mundo era só nosso. E o nosso mundo se construia no olhar, o teu olhar. E insisto em notá-lo pelo efeito que causava em mim, tão proximo, tão quente, tão sincero com a pouca luz daquele quarto. Não vou discutir, as luzes se apagaram de vez e seu olhar sumiu do meu campo de visão. É verdade que somos outros agora, com outras cores, outros perfumes, outros amores. Mas somos o complexo e voraz raio que fomos um dia, apenas enferrujado, guardado, esquecido. Esqueci-me do seu cheiro enquanto outros confundiam meu olfato, esqueci-me dos seus trejeitos me distraindo com outras manias. Esqueci-me do teu nome, endereço e telefone, mas sua presença continua viva como se pudesse me puxar a qualquer momento de volta praquele seu paraíso, que de tão seu e de tão meu um dia se fez nosso.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Eu quero ficar com você


"Eu quero ficar com você."
E foi com essas cinco palavras que você me deu a certeza de que eu havia tomado a decisão correta. De que em trocar a confusão dele pela sua segurança eu seria feliz. E eu quero te agradecer. Agradecer por ser tão lindo, tão forte e tão gentil que as vezes me faz duvidar se não passa de um sonho. Por você ser tão presente e tão preocupado, mas ao mesmo tempo tão distraído a ponto de eu precisar te ligar pra você não perder a hora na segunda de manhã. Por você mesmo sabendo que eu não sou sua, querer me fazer bem. Por você me enrolar nos seus braços quando vê que ele está por perto e saber que eu estou sofrendo. Por você me dizer sempre o quão importante eu sou, e por você mudar pequenos hábitos por saber que me incomodam. Por me aceitar do jeito que estou: frágil, encolhida, distante, talvez inalcançável. Obrigada por fazer dessas cinco palavras o suficiente pro meu coração acelerar e criar a esperança de que ainda há um caminho. Não num amor utópico e fantasioso, mas no certo, no correto, no estável. Veja só, eu que sempre fugi da estabilidade, hoje opto por ela. Foi necessário. E por isso, Obrigada.

domingo, 29 de agosto de 2010

Tonight is the night to let it go...


Existem noites que eu prefiro esquecer, como aquela em que fui obrigada a dizer Adeus. Aquela em que eu olhei no fundo dos seus olhos e disse que havia terminado algo que mal havia começado. E existem noites que eu sou obrigada a esquecer, pra não remexer aquela ferida que ainda lateja. E existem noites que servem exatamente pra que você suma da minha mente, enquanto outros olhos, outro abraço, outra voz tentam me decifrar. Tentam entender porque eu sou a única que não morre de amores, não inveja e não considera aquele encontro como uma vitória. E com aquele perfume que não é o seu, vem junto as doses de tequila, o limão com sal, o sorriso que eu forço pra não ser indelicada. Mas não vou ser hipócrita e dizer que enquanto estou ali eu lembro de você. Não lembro. O gosto ardente e forte queima em minha garganta enquanto eu começo a perder o foco. Eu estou sempre ali, parada, pronta, analisando cada traço e cada som, tentando achar algo que me faça ir embora. Mas naquele momento, qualquer coisa se parece melhor que lembrar do seu cheiro. E eu sigo a minha noite, aproveitando enquanto aqueles olhos são tudo o que eu posso ver. E é sempre bom, sempre agradável. O difícil é fazer aquela noite durar outra noite, e outra, e outra... Mas não pense nisso, hoje é a noite em que deixo me levar...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Gostar demais, gostar de menos...


Meu coração tá cansado de gostar errado...gostar demais, gostar de menos. Ou, quem sabe, de não gostar. A verdade é que nós não soubemos crescer: complicamos o descomplicado, fizemos tempestades em águas tão claras e calmas, gritamos e machucamos um ao outro sem a menor necessidade. Transformamos a convivência em simples rotina e não respeitamos o sentimento que um dia existiu. E quer saber? está tarde demais para segundas chances, meu amor próprio tem gritado sem que eu ouça. Está tarde demais pra corrigir tais erros e apagar da minha memória as imagens que preferia não ter presenciado. Por muito tempo achei que o que eu sentia era amor, mas pela primeira vez eu consigo enxergar tudo muito límpido, transparente. Posso ver que foi intenso enquanto sobreviveu, cansativo enquanto aos poucos se encaminhava ao fim. E o que me surpreende é que posso ver que a culpa não foi sua e nem minha. A culpa foi nossa, se é que essa história de culpa existe mesmo. É verdade sim, nós poderiamos ter falado menos, discutido menos, brigado menos, sido nós mesmos. Nós poderiamos ter sorrido mais, brincado mais, saído mais, sentido mais, nós poderiamos ter nos apaixonado...

domingo, 22 de agosto de 2010

Único



Não vou mentir...é verdade, ainda reconheço sua voz e sua presença como se nunca tivesse se afastado de mim. Os ruídos do seu carro continuam sem se misturar com os tantos outros que estacionaram aqui em frente de casa. Continua sendo especial e único, continua sendo você. Eu insisto em te encarar procurando os olhos que diversas vezes estiveram tão limpos, tão firmes, tão cheios de confiança. Continuo te olhando querendo te dizer tudo o que eu fiz calar um dia. Talvez seja impossível, mas ainda creio no dia em que meus olhos serão suficientes pra te fazer entender que não existe outro, não existe abraço mais meu que o seu. E no fundo eu sei que é recíproco. Que você sabe que o seu coração e o meu deveriam estar juntos. Você sabe. Ou talvez não. Talvez minhas atitudes e minha vontade de me afastar tenham sido suficientes pra te fazer esquecer. Não o culpo, você tem o direito de ser feliz. Apenas nossas vidas são diferentes, escolhemos caminhos que não se cruzam e agora devemos percorrê-los. Mas também não me culpe se toda vez que eu te olhar eu sentir a mesma coisa e fugir pra outros braços pra me livrar de tudo isso. De fato não fomos feitos um para o outro, mas o destino se encarregou de mudar o fato. Mas não importa, esta escolha já foi feita: siga o seu caminho que seguirei o meu, sabendo que o passado vai ficar gravado em mim, como num antigo filme, onde o mocinho e a mocinha sempre terminam juntos e felizes, como se nada os tirasse do eixo. Só preciso me convencer que dessa vez este papel é dela e não meu...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Saudade


Há tempos algo vem me incomodando...começou leve, fina, quase imperceptível. Cresceu aos poucos como quem não quer nada, aumentou como se tivesse medo das próprias consequências e sem saber suas causas. Mas cresceu e agora toma um lugar tão grande que eu nem sabia que era possível existir dentro de um coração já tão ferido. Embora doa, não dói como dói um machucado superficial...dói fundo, tão fundo que não sei se é possível alcançar. Descobri no dicionário que o nome disso é saudade, que significa, entre outros, sentir falta de algo distante acompanhado de vontade de tê-lo. E minha saudade é dessas que não é possível suprir, saudade de algo que não volta, de palavras que já foram ditas, de atitudes que não podem ser desculpadas, tempos que ficaram para trás. Saudade de quando tudo se resumia em família, amigos e diversão. Saudade da simplicidade da visão de uma criança que acreditava sempre no final feliz. De acreditar que há solução, que o mundo não é tão asqueroso quanto realmente é. Saudade de quem eu fui, tão mais descomplicada e perfeitinha. Saudade de pessoas que não deixaram de existir, mas se tornaram apenas lembranças. Saudade de rir sem pensar, pensar sem me preocupar com o amanhã. Saudade de quando minha maior preocupação era o dia seguinte, e nada mais distante que isso tinha alguma importância. Saudade dessas que começa no cérebro, te faz entender o valor das coisas e acaba em lágrimas, lágrimas que nunca se secam...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu também não.


E você volta, meses depois procurando aquela que você deixou ali sentada, olhando o mar sozinha, imaginando se aquelas ondas seriam capazes de levar com elas todos os cacos que você produziu. E você volta achando que ela ainda estará lá, de braços abertos, guardando seu lugar ao lado dela, esperando que você parasse pra pensar e visse que não encontraria lugar mais seu do que ali, na imperfeita compania dela. É verdade, e você voltou, mesmo jurando jamais voltar...mesmo sabendo que ela poderia ter se perdido naquela noite. Mas ela não está aqui pra que você se desculp. Ela foi embora pra nunca mais dar as caras por aqui. Ela teve que mudar, foi preciso. E ela se transformou em mim, um outro alguém que vive com os pés no chão, têm os sonhos em mente e busca realizá-los. Sabe ser feliz mesmo não tendo tudo o que deseja, e encara cada fracasso como um degrau a mais para ser escalado. Mas ela ainda tem um coração, calejado, fraco e que felizmente ainda insiste em bater. Ela se lembra que uma vez você disse à ela que a vida era como nos contos de fada, sempre tinha um final feliz, mas ela descobriu que não. E essa parte do Ela, eu faço questão de guardar. Minha vida não é baseada em contos de fadas e muito menos é repleta de finais felizes, mas eu sei que não importa quantas lágrimas eu derrame, quantos gritos eu dê, não importa. Eu vivo baseada no hoje, lembrando sempre do passado dela pra que nunca mais ninguém me cegue daquele modo. E deve ser por ela estar tão próxima, tão recente, tão superficial, que mal consegue se esconder, me lembrando sempre o porquê de eu estar aqui, fingindo não ser o alguém que você deixou, tentando ser aquela que de tão madura, não se deixa abalar. Você não me derruba mais, você não me enlouquece mais... Você acredita? eu também não.

sábado, 31 de julho de 2010

Try and be alone, not lonely...


Talvez não seja só uma questão de tempo, uma fase, talvez eu seja assim... com todas as manias, defeitos e problemas que não vão passar. Talvez você tenha que me aceitar do jeito que estou agora, machucada, desconfiada, com barreiras que neste momento eu não tenho forças para quebrar. Mas eu cansei de fazer aquela velha dose de vodka minha melhor amiga, e fazer da inconciência meu ponto de equilíbrio. Então desligue esse som que anestesia meus pensamentos e diga que está aqui. Mas só diga se for para ficar. Se suas dúvidas - maiores ou iguais as minhas - te impedem de ter certeza, por favor vá embora e leve com você todas as incertezas que te cercam - as minhas já me bastam. Eu vou levar um tempo para me desintoxicar de você, a droga feita exatamente para mim e que conhece cada ponto fraco de maneira a saber agir exatamente neles. Eu tô cansada de esconder o que eu sinto e o que eu penso, de agir tentando te convencer que sou o melhor. Façamos o seguinte então, essa sou eu, conheça-me. Saiba de todos os meus tiques, bagunças, carências, problemas. Se assim eu não sou o que você precisa, então definitivamente você não se encaixa no padrão despadronizado do que eu quero pra mim, mas quero assim, quero pra sempre...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lines


São menos de 5 segundos, é a reta final, a descida, a sensação de desamparo e aflição, a queda, a montanha russa. São os 5 segundos que fazem tudo valer a pena. São os 5 segundos que ao seu lado param, imóveis, eternos. São suas palavras que me causam a mesma sensação, o mesmo zumbido no ouvido, a mesma adrenalina que aquela queda. E é você e seu sorriso, mirados diretamente pra mim que fazem com que todas as horas de espera, todos os risos sem dono, todos os abraços desajustados tenham valido a pena. Valido a pena para que eu percebesse que eu não pertencia a eles, que meu ajuste perfeito, minha peça do quebra cabeça ainda estava por aí, andando em ruas paralelas as minhas, perdendo tempo com distrações, esperando que eu me perdesse em algum ponto e por acaso cruzasse com sua vida. E em segundos você pegou todos os cacos que ele havia deixado, todas as lágrimas derrubadas, cada suspiro e olhar baixo...você apagou enquanto ele se fincava alí parado olhando eu me queimar aos poucos, desmoronar aos montes, sumir sem pistas. Mas você me enxergou aonde nem mesmo eu me enxergava, me mostrou que não importa quantos caminhos errados eu tome, as linhas se cruzam perfeitamente e em alguma hora eu hei de encontrar o que sempre procurei. E é por isso que eu agradeço a ele, minha distração. Dizem mesmo que só se reconhece o céu quando já se esteve no inferno.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Where Dreams Should Come True


Impulsivamente eu me peguei pensando em até que ponto posso ser feliz sozinha. Digo, longe dessas suas regras e opiniões que tanto me incomodam. Talvez seja apenas implicancia sua ou talvez seja o seu jeito de responder aos estímulos que o mundo ao seu redor te oferece. Mas embora de certa forma eu me pareça com você, isso me entristece e me tira o chão. Eu queria que tudo fosse mais fácil, mais simples, quem sabe até mais natural. Gostaria que eu não precisasse forçar o sorriso ou pensar em tudo o que devo ou não dizer ao seu lado. Não é de hoje que sonho em sair, em deixar o seu campo de concentração e descobrir novos lugares, novos ares. Provavelmente me faria um bem indescritível viver minhas próprias escolhas, conviver com meus próprios erros. E eu quero, eu desejo isso na mesma intensidade em que meu corpo responde aos estímulos das sua palavras. Com a mesma velocidade que meus olhos encharcam ao ouví-las. E isso torna tudo muito mais difícil, pois mesmo milhas e milhas distante de casa, em um lugar onde sonhos deveriam se tornar realidade, sua sombra insiste em me perseguir, me amedrontar... e nesse exato momento, não tenho tempo nem forças para resistir e para discutir. Faça o que quiser, só não me inclua nos seus planos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Give me a break


A ausência tem me feito bem. Em especial a sua ausência. A distância de todos os seus dramas, suas dúvidas, suas incertezas. Sabe, se fosse em outra época eu provavelmente sairia correndo, chorando, implorando e talvez até procurando você em outras vozes, outros corpos. Mas eu estou aprendendo a lidar. Aprendendo a aumentar o meu espaço e construir planos que não envolvam você. Essa é a MINHA vida, são as MINHAS escolhas, os MEUS medos - e posso te dizer que dentre eles, a ausência não mais se encontra. Deixou de ser medo, virou necessidade. Mesmo assim eu continuo sendo a mulher que não pensa pra falar, muito menos pra agir. A mulher que ri quando não pode e fala o que não deve. Mesmo não sendo previsível, é fácil apostar que eu vou ter recaídas e vou acordar de noite procurando seus braços, seu abraço. Vou te ligar pra ouvir sua voz e desligar sem ao menos emitir um som. Mas acredite, eu estou melhorando, me curando. E é impossível curar uma ferida sem tirar o objeto cortante que a causou, irremediavelmente você tem que sair dalí. A sua ausência está te expulsando aos poucos daqui. Ausência daquele tipo que te ensina, que você é obrigado a conviver para sempre. Eu me acostumei com a sua, agora acostume-se com a minha, o meu lugar já não é por aqui...Adeus.

sábado, 3 de julho de 2010

Desabafo


Que ironia não? Aquela mesma pessoa que um mês atrás queria voltar, dizia sentir minha falta e me convencia que das suas escolhas eu havia sido a mais correta. Aquela pessoa que vezes me fez querer voltar atrás, renunciar toda a minha liberdade e o meu espaço por seus braços, seu coração. E hoje eu vejo os mesmos braços, a mesma alegria indo em direção oposta, contrária àquela onde eu me encontro. E me encontro ali, MAIS UMA VEZ, querendo correr de volta, provar pra mim mesma que o meu lugar é com ele, mesmo que eu saiba que as coisas mudaram, que ele mudou. Mas eu quero, eu faço questão de me machucar. De encarar as ceninhas talvez nem tão verdadeiras que ele insiste em me fazer presenciar. São telefonemas, e-mails, mensagens que não há a menor necessidade de chegar ao meu conhecimento. Talvez eu precise mesmo é aprender que quem escolhe muito fica com o pouco. Aprender que nao existe pessoa perfeita e que príncipe encantado ainda tá preso nas folhas daquele velho livro empoeirado debaixo da minha cama. E aprender que mesmo encarando sempre como um joguinho, nem sempre eu vou ganhar, e que por ser meu não o torna menos perigoso. Talvez não seja só o costume de tê-lo por perto, de saber que ele estará ali me esperando, me suportando, me acalmando... talvez seja amor. Amor esse que como sempre só se percebe a existência quando se perde. Então parabéns: você ganhou...e eu perdi.

domingo, 27 de junho de 2010

Extremos



Deixando de lado todos os amores e os casos que vêm inundando minha vida e consequentemente meus textos, hoje quero falar sobre mim. Eu sempre fui aquela que se destacava por não se satisfazer com o pouco, em todos os sentidos. Por querer sempre mais e melhor, conheci os extremos do humor e do emocional. Eu conheci o extasy da alegria e o inevitável fim da depressão. Mas eu fui forte o suficiente pra que isso não me destruísse, mas me mostrasse o real sentido de estar aqui. Eu descobri que não importa quantos buracos estão na minha frente, eu vou pulá-los, desviá-los, cobrí-los, mas vou superá-los. O número de escaladas, montanhas e tempestades é proporcional ao número de vitórias e realizações. Nunca me disseram que a vida era fácil, e de fato não é. Mas reconheço sua beleza em cada brilho do sol, em cada grau que este me proporciona para me esquentar. Do mesmo modo que aprendi inúmeras liçoes em tão pouco tempo, reconheci que nem tudo é como parece, e que nem metade do que suponho saber eu realmente sei. Talvez tudo seja questão de tempo mesmo. Esse traiçoeiro que muitas vezes me derruba e me ensina o significado de saudade enquanto cura tantas feridas e suaviza tantas cicatrizes. Ou talvez não. Talvez seja o curso natural da vida mesmo: andar, cair e levantar. E nesse percurso conhecer pessoas que valham a pena e outras que nem tanto. Rir o suficiente pra fazer a barriga doer. Chorar a ponto de valorizar um bom sorriso. Ter amigos pra que essa caminhada seja mais amena. E aprender que alicerces podem não durar para sempre, mas por muito tempo me mantiveram em pé, e seria injusto não reconhecer isso. Assim, venho mudando os meus, transformando-os em mais fortes e quem sabe mais seguros. Eu tenho aprendido que a vida é assim, não se pode taxá-la como imutável e inerte, ela gira num ritmo semelhante ao pulsar do meu coração, onde corre um sangue fresco que implora pelo futuro. Futuro esse que eu desisti de taxar: eu vou viver e quem sabe enquanto vivo eu possa responder tantas perguntas que me rodeiam, mesmo que eu ainda não tenha certeza de quais são...

domingo, 13 de junho de 2010

Três


Nunca foi tão difícil acreditar nas suas palavras... Principalmente nessas três que você insiste em dizer e repetir. É verdade que quando você tá assim, tão perto e tão disposto, é quase impossível não acreditar, não ceder. É tentador não sair correndo e dizer que sim, eu quero voltar, mas você vai contra todos os meus princípios, meus valores. Eu vivo de verdades e você tem sido uma mentira muito bem contada que inclusive me pegou direitinho. Caí. Fazer o que? coração e razão não costumam andar muito perto um do outro mesmo. Apesar de tudo, não vou seguir seu exemplo e mentir, sou mulher o suficiente pra admitir que você quase me faz acreditar. Não é a primeira vez que me diz isso... mas eu já te alertei pra tomar cuidado com o que fala. Você me confunde. Não sei se faz parte do seu joguinho ou se você é tão sincero quanto soa ser. Mas embora eu queira acreditar, eu não consigo. O que você me pede tem andado numa linha muito perto do abismo, e eu não quero correr o risco. Seja homem pelo menos uma vez na vida e não me faça arriscar, talvez eu não suporte mais uma queda mesmo com suas palavras dando voltas e voltas pela minha mente e meu estômago...
"Confie em mim"

sábado, 12 de junho de 2010

logo eu que sempre fui assim...


Pra mim sempre foi muito fácil expressar minhas opiniões e desejos. Falar o que me vem à cabeça faz parte da minha personalidade, personalidade essa que não me permite tolerar mentiras. Mas logo eu que sempre detestei e condenei essa tal de falsidade me vejo hoje aqui, querendo te dizer coisas que sei que vão te machucar. Palavras que vão passar como um furacão por você e talvez te deixem desnorteado. Chega a ser difícil pensar que por tempos você foi meu lar e meu ponto de equilíbrio. Me trouxe paz e me escutou quando minhas crises de loucura eram tantas. Mas sabe, eu tô me sentindo hipócrita. Já não posso mais olhar nos seus olhos e fingir que eles não me remetem a outros olhos. Que suas palavras não soam tão vazias como o nada. Não posso. Me desculpe, mas não faz meu tipo agir assim. Eu tentei por dias crer ser apenas uma fase, que o tempo me faria voltar pra você. Mas sabe, não tá acontecendo e eu to aqui sem saber o que fazer. Procurei vocábulos e formas que soassem não tão devastadores, talvez mais suaves, mas eufemismo nunca foi meu forte. Me desculpe se eu não tenho sido o que você esperava, mas não sei demonstrar o que eu não sinto. Dizer o que não penso. Me desculpe... mas eu não amo mais você.

domingo, 6 de junho de 2010

foi você, e mais ninguém...


Foi-se o tempo em que meias verdades, meias promessas e meios beijos me prendiam. Eu sei que relacionamentos pela metade, raspas e restos já não me atraem. Eu sei que você fez parte da minha vida e deixou nela marcas que nenhum outro cara vai apagar. São como tatuagens, não importa quantos outros desenhos você faça em cima do antigo na tentativa de apagá-lo, você sempre lembrará que embaixo deles, havia aquele. Aquele que foi o primeiro, aquele que te apresentou as famosas borboletas no estômago. É verdade que você levou um pouco de mim com você, junto com todas as cartas e as lembranças. E de algum modo você ficou aqui. Em cada canto e cada foto. E apesar da imaturidade e da falta de experiência ter nos desgastado e nos levado em direções diferentes, eu sei que você está ali, na essência de cada pensamento. E está intacto, livre de todas as brigas e desconfianças que vieram com seus sucessores. E apesar de ter durado aqueles poucos dias ou meses, a verdade estava impressa em cada olhar e palavra. E sabe, dentre todas as coisas, você me ensinou o valor do real e do verdadeiro. Eu devo isso a você, então, seja lá aonde esteja, eu mal posso esperar que nossos caminhos se cruzem novamente, por acaso ou por destino, mas se cruzem...

sábado, 29 de maio de 2010

sim, é pra você...


Até que ponto eu consigo? Até quando eu terei condições de levar isso adiante, ignorando todos os sinais, as noites mal dormidas e o medo das suas palavras quando diz precisar conversar. Você diz que me ama, que nunca ninguém olhará para mim com os mesmos olhos que você. Você faz mil promessas e chega tão perto que eu posso sentir seu coração. E ele bate num ritmo que eu ainda não conhecia. Você consegue olhar nos meus olhos, mesmo sabendo que eu posso e eu vou te machucar. Você não se importa com isso. Você me segura, como se pudesse conter todos os meus ataques de loucura, todo o meu potencial de simplesmente te levar pro mesmo poço sem fundo que eu já estive. E você não entende. Você não entende o meu cuidado, a minha preocupação e a minha força pra me manter no lugar, mesmo com zilhões de forças me empurrando em sua direção. Você não entende. Eu me conheço o suficiente pra saber que eu não vou te fazer feliz, você é bom demais pra mim, com todos os seus defeitos, sua complexidade e sua vontade de ME fazer bem. E você não pode. Por mais que eu queira, eu não posso deixar você entrar, ocupar seu espaço e tirar esses pés, que insisto em fazer pesar, do chão, do local seguro. Confie em mim, você não quer conhecer o tal poço, então faça de tudo, só prometa não sei apaixonar.

terça-feira, 25 de maio de 2010

E agora?


Talvez seja besteira minha, mas você me assusta. O seu jeito de andar em minha direção com um sorriso no rosto, sem pedras na mão e com os braços abertos pra encaixar na minha cintura. Você parece tão seguro do que faz e do que sente, que confesso que me arrepia até o último pêlo do braço. Seu timbre de voz, sua confiança, sua verdade que eu insisto em acreditar não ser tão verdade assim me tira do eixo, me dá tontura. Seus olhos que se fixam nos meus e me fazem querer imortalizar aquele momento, e se fosse pra morrer, morreria ali, perdida naquela cor que eu ainda não sei descrever. E quanto mais eu olho, menos consigo decifrar aquele extasy, aquela sensação. E não me importa quantas vezes eu diga à mim mesma que eu sei sair dalí, eu tenho que ser verdadeira, eu devo isso à mim mesma, eu não sei. É como se sua voz tivesse sido equalizada exatamente no timbre que gosto de ouvir e seu calor exatamente na temperatura confortável pra que eu não mais sentisse frio. Mesmo assim, eu não sei onde eu estou me metendo e de fato tenho medo de não ter volta. Eu fui acostumada a praticar o desapego, a não me machucar já que irremediavelmente as pessoas me feririam. Mas você pegou todas as minhas armas e as minhas guardas e as jogou pra longe, tanto que saíram do meu campo de visão. E eu tô aqui agora, sem ter com o que me defender e tão assustada que mal posso continuar. Mas sabe, você tá virando a esquina e dentro de alguns minutos seus braços vão me envolver novamente e sua voz vai me fazer esquecer qualquer outro ruído, inclusive essa vozinha que insiste em me dizer pra não avançar. E sabe, isso soa perfeitamente adequado pra mim...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Jamais


Eu quero que você saiba que a culpa não é sua. Eu não deveria nem ao menos ter começado, ter pego essa estrada. Eu achava que sabia onde ela iria dar, e cada pedra em seu caminho eu quis crer que poderia pular. Mas eu não tinha noção de quem encontraria por essas terras e quem eu poderia machucar. Você fez tudo o que qualquer garota poderia querer, tudo o que um dia eu sonhei. A gente tinha a química e a conversa, o silêncio e a bagunça que eu precisava. Mas eu sei que não posso te fazer feliz se eu não estiver feliz. E acredite em mim, por favor, você me faz um bem indescritível e inabalável enquanto está comigo, mas quando você vira as costas meu mundo volta a ser raso como um açude na seca. E eu não posso viver assim, eu preciso enchê-lo novamente, preciso me certificar de que ele não se esvaziará. E eu te amo o suficiente pra querer te ver feliz, mesmo que isso implique em deixar você ir, em pedir que vá. Pegue suas chaves, seu carro e corra. Corra pra bem longe, onde eu não possa te encontrar, tudo parece tão errado que eu não quero correr o risco de voltar atrás.Eu sei que vai doer, dói em mim também, a ponto de pensar em desistir, em correr pros seus braços e me afundar no seu moletom. Mas eu preciso ser forte, eu preciso dizer adeus. Eu sei que não tenho o direito de pedir, mas mesmo que eu me torne apenas uma lembrança, não me esqueça. Eu jamais te esquecerei...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Não tão sólido...


Todas as minhas certezas tem sido questionadas como se nunca tivessem sido construídas em alicerces tão fortes quanto foram. Toda a minha razão tem se esvaído de forma que não sei explicar. Tudo o que eu pensei ser, talvez eu já não seja mais. Eu demorei muito tempo pra me encontrar e o que eu achei já não se encaixa, não combina com o que eu vejo no espelho. Mas não, eu não estou caindo naquele poço fundo que já conheço de outras épocas. E é o mais estranho, eu estou bem. Eu posso não saber o que eu quero, mas eu sei o que eu não aceitarei aqui comigo. Eu já não preciso que me digam o que não fazer e me mostrem os próprios erros... eu convivi tempo suficiente com eles pra querer estar bem longe de tudo o que me traga qualquer traço de lembrança. Eu estava lá e eu vi. Eu assisti toda a sua vida escorrendo pelos seus dedos enquanto você se distraia com coisas fúteis. Enquanto sua razão era tamanha que não te deixava respirar. E agora, longe de todo o seu controle, eu sei o que é ter fôlego, o que é sentir minha própria vida em minhas mãos. Eu sinto muito, mas eu não quero essa sua razão, esse seu conceito de certo e errado. Foi seguindo-o que você chegou onde está hoje. E eu não quero me encontrar neste mesmo lugar daqui uns anos. Eu vivo pra ser feliz, pra traçar meu caminho, pra fazer feliz quem está à minha volta. Não preciso da sua razão pra isso. Eu preciso de paz, de abrigo, de silêncio, mas ao mesmo tempo de farra dentro de mim... de fato eu preciso, e eu sei onde encontrar...

sábado, 8 de maio de 2010

Tenho Medo...


Eu havia prometido à mim mesma que daria um tempo, que teria alguns meses só pra mim, sem ninguém que não saísse da minha cabeça. Eu juro que realmente tinha essa intenção e estava disposta a seguir em frente. Mas aí você apareceu e eu soube que não conseguiria. É verdade, eu não sei nada sobre você, a não ser o cheiro do seu perfume que insiste em me rodear. Eu não sei nada sobre seu passado e nem sobre seu presente, a não ser o brilho dos seus olhos quando olha pra mim. Eu não te conheço mas confio em você como se você fosse capaz de me defender do maior perigo. E isso me assusta. Eu tenho medo de não saber o que fazer ou como lidar com toda a situação. Eu tenho medo de gostar de você e muito mais medo de você gostar de mim. Eu sou diferente daquelas que você está acostumado e não me tornarei uma delas. E eu sei que você vai ter que aprender a lidar comigo, a estar comigo. Mas apesar de tudo, eu não sei fazer as coisas pela metade, eu sou por inteiro. E é por isso que o que mais me assusta é a possibilidade de que isso seja verdade... e você apenas uma mentira.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eu quero...


Essa coisa de príncipe encantado, de noites mágicas e vestidos rodados nunca me fez sonhar. O glamour e o reluzente sempre estiveram, para mim, muito distante de todos os contos de fada. Eu mesma, nunca quis ser princesa, nunca fui de esperar que um belo homem lutasse por mim e me salvasse de perigos. Eu não tenho pele de boneca e nem sou tao inocente quanto uma. De fato, não faz meu tipo. Eu sempre gostei da realidade, do extremo e do confuso. Eu quero mesmo é entrar na sua cabeça, é fazer você pirar. Eu não quero um romance utópico nem promessas que não podem se cumprir. Eu quero o real, o tocável, o de verdade. Eu estou aqui pra você, mas já te aviso que eu não sou a menininha que vai correr atrás e te implorar por atenção, já passei dessa fase. Eu quero mesmo é estragar suas noites de sono, é bagunçar todas as suas convicções. Eu quero passar como um furacão, deixar marcas que você não vai esquecer. Eu quero te fazer rir e abaixar todas as armas que você faz questão de manter carregadas. Eu quero e eu vou! Afinal, o lado bom de não ser a princesinha é que ninguém espera que no final eu faça tudo certo. Eu não quero o certo, ou talvez queira. Depende do que meu coração me disser. E eu quero o que ele quiser.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Let the seasons begin...


Você me usa, e eu sei disso. Você traça uma linha e eu vou caminhando em cima dela. Eu não olho para os lados pois eu sei que meu caminho está alí traçado. Eu não tropeço, eu nao titubeio. Eu sigo as curvas que você desenha com todos os seus sorrisos e seus olhos que insistem em não sair dos meus. E você dá voltas e voltas e não permite que eu desvie. É hipnótico, é sem querer, é inexplicável... Mas deixa, eu não me importo. Use-me como sempre fez, trace meu caminho e me leve onde eu não consiga mais tocar o chão. Me faça sonhar, me faça fechar os olhos, me dê sua mão e me faça esquecer. Leve-me a lugares onde eu jamais estive, me mostre o que há por dentro. Converse comigo, ouça meus problemas, me tire da sintonia com o universo, me equalize pra você. Vamos nos apaixonar, vamos morrer de amor, vamos enlouquecer... Já não me encomoda se vai ser pra sempre... mas eu preciso sentir tudo isso de novo. Eu preciso sentir seu perfume e sua voz rouca por perto. Eu preciso do seu cheiro e do seu calor. Há tempos venho me distraindo com o que nunca me interessou, questionando o que sempre foi inquestionável. E eu sei que eu preciso da sua linha pra continuar. Eu não preciso de tempo, esse não existe quando você existe. Eu preciso respirar de novo, eu preciso do ar em meus pulmões, eu preciso de vida. Então me tire daqui, me traga o oxigênio que tanto preciso. Obrigada.








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Baseado na Obra Dom Casmurro, em que Capitu "traça" a vida de Bentinho e ele por sua vez, cego de amor vive em função dela.
Trilha Sonora:http://www.youtube.com/watch?v=N-mqhkuOF7s

domingo, 2 de maio de 2010

Eu preciso


Eu to pedindo pra você entrar. Então entre, pegue sua pá e cave comigo. Mas cave até que desista, e se for pra desistir, desistiremos juntos. Enquanto você estiver lutando, eu também estarei. Então vamos, mas antes deixe-me dizer uma coisa... Eu sei que nada é como era antes, e que não somos mais tão fortes como imaginávamos ser. Mas eu tenho certeza que ainda não morremos, que ainda podemos continuar. Então vá, pegue sua pá e cave comigo. Cave fundo, cave até a raiz de todos os nossos problemas. Vamos achá-la e vamos cortá-la. Talvez ela desapareça, mas se ela voltar a crescer, vamos cortá-la de novo. Eu não me importo em fazer esse ritual a vida inteira se você disser que estará comigo, que cavará comigo. Porque enquanto eu olhar pro lado e ver que você continua tentando, eu tentarei também. Eu não preciso de mais nada, só preciso saber que você está disposto. Então entre, pegue sua pá e cave comigo.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Correntes


Tem sido muito fácil não pensar em você. Jogar suas coisas fora e apagar todas as lembranças foi bem menos difícil do que imaginei. Chega a ser agradável essa sensação, a liberdade que sua ausência me deixou. Chega a ser constrangedor como consigo olhar nos seus olhos e não ver mais nada. E o mais estranho é que só me dei conta disso hoje, quando acordei e você não estava ao meu lado. Em compensação a cama era tão grande que havia lugar para todos os meus sonhos. O levantar foi ainda mais leve, mais solto, sem suas correntes para me atrasar. Os passos então, cada vez mais largos e rápidos, e dessa vez dados por minha própria vontade e capacidade. Não havia mais suas mãos pra me segurar, seu sorriso pra me hipnotizar. Mas esse negócio de hipnose de fato não me faz falta. Tenho preferido ver as coisas racionalmente, chega de ser irresponsável a ponto de me dar o direito de me machucar outra vez. Entregar tudo ao coração não é uma boa idéia. Além de burro, ele deve gostar de umas pingas. hahaha Veja só, até rir sem você tem sido mais espontâneo. Eu demorei muito tempo pra tomar coragem, pra perceber que chega num certo ponto que o melhor é caminhar sozinha, é aprender sozinha, é viver sozinha. E depois que eu experimentei essa liberdade, essa vontade de voar, eu não quero voltar atrás. Você não vale a pena e eu, ah... eu quero mais é agarrar tudo o que é novo e me encontrar novamente. Longe, bem longe do seu controle.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Não nasci pra ser reserva.


Eu definitivamente não nasci pra ser reserva. Não consigo mais fingir que tudo está bem, que eu não ligo pra sua liberdade e que não me incomoda você me excluir do seu mundinho e me procurar quando está carente. Sabe, eu não sei tocar você sem tocar seu coração, eu não sei te beijar e não fazer parte da sua vida, eu não sei estar com você sem pensar que a gente tem futuro. Eu sinto muito, mas não vou mais desperdiçar meus sábados a noite esperando sua ligação, muito menos vou passar meu domingo esperando que você explique por que você não deu notícias. Eu não vou cansar meu pé no salto te esperando aqui no hall, não vou borrar minha maquiagem quando você aparecer com cheiro de outra. Eu não vou mais estar disponível. Se o seu jogo é esse, me desculpe, mas eu não quero jogar. Eu sou muito mais que isso, e eu sei o meu valor. Eu sou menina o suficiente pra te fazer rir e ocupar suas noites, mas eu sou mulher pra te fazer sentir falta e querer voltar. Então vai, pode ir. Quando todas elas se cansarem da sua conversinha e do seu carro, eu estarei aqui, não por vingança, mas porque eu te amo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Menina


Ela tem cara de maluca e olhar de sonhadora, corpo de mulher e coração de criança. Vive com música nos ouvidos e o coração na palma da mão. Anda como se fosse dona do mundo, sonha como se pudesse tornar todos os sonhos em realidade. Vive do presente, mas não se esquece do passado. Ela não sabe disfarçar, diz o que pensa e odeia mentira. Não tem medo de se apaixonar, mas mede as decisões centímetro por centímetro. Encara os problemas de frente, é garota forte. Mas precisa da sua proteção às vezes. Precisa de um abraço e de um beijo para se sentir segura. Mesmo assim resolve os problemas sozinha. Ela ama com o coração e não com os olhos, ela se entrega, mas se proteje. Se faz de desentendida porque quer ouvir você dizendo. Mas na verdade sabe muito bem o que quer. Ela tem defeitos e sabe reconhecê-los e aceitá-los. Nunca acha que é tarde demais para uma mudança e muito menos para um recomeço. Nunca deixa que digam que não é possível. Pelo contrário, pisa o pé e faz questão de mostrar ao mundo que é capaz e que nenhum sonho é grande demais pra que ela o realize.

Porto Seguro


Aí eu cansei. Depois de tantas voltas, tantas curvas, eu estava exausta. Saturada das explicações, dos argumentos, do vazio de sempre. Então eu resolvi sair. Deixei o casulo de lado, a zona de conforto e fui pro mundo. E cada hora eu me encontrava em um lugar diferente, com uma sensação diferente, em braços diferentes. Fiz tudo o que um dia achei que me faria feliz: pulei de pára quedas, conheci gente nova, sai e pela primeira vez me permiti ser livre. Realmente, tudo isso me deixava bem, muito bem. A energia corria pelas minhas veias e meu corpo reluzia minha alegria. Mas logo o efeito passava, o álcool se diluía, os braços me soltavam... E tudo voltava a ser como era a antes. Eu continuava procurando algo que não sabia o que era. As explicações, os argumentos e o vazio continuavam a me cercar. Procurei ainda mais fundo, fiquei louca, me embreaguei, me suicidei, ressuscitei de onde jamais alguém acreditou que teria forças. Mas a procura continua presente. E assim eu vou enlouquecendo cada dia mais, sem respostas, sem gritos, apenas enlouqueço. Continuo esperando, remoendo o passado, buscando segurança e paz, mas não desisto. Sabe, deve haver um porto!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Minha escada.


Ah, com o tempo você acaba percebendo muitas coisas que jamais enxergou. Elas sempre estiveram lá, mas sempre houve algo que te impedisse de vê-las. Não adianta se culpar, a culpa não é sua. Na verdade você precisa disso. A vida foi feita para que você virasse cada esquina de uma vez, sem saber o que haveria depois da curva. Você é obrigado a se acostumar com surpresas, imprevistos e situações com que não sabe lidar. E vai aprender a conviver com isso aos poucos, e é exatamente por isso que existem coisas que você não compreende, você terá que ir devagar ao longo da sua jornada descobrindo tudo o que a vida pode lhe oferecer. Terá que fazer escolhas e tomar decisões muitas vezes difíceis e jamais saberá o que está por vir. Terá que aprender a esperar também. Esperar o resultado de suas decisões, esperar o tempo das pessoas que vivem a sua volta, esperar o seu próprio tempo. Mas não pense que os outros esperarão o seu tempo, não, seria muito fácil assim. Então você vai parar para esperar e as pessoas vão passar por você no tempo delas, vão te atropelar, te machucar e te derrubar. E mais uma vez você vai reconstruir os alicerces e se levantar, degrau por degrau. Algumas pessoas vão parar pra te ajudar, vão descer um degrau pra te deixar subir, mas não se acostume, essas são poucas. Não pense que se alguém não parar é porque não te ama, não é isso. Apenas as pessoas precism seguir seus próprios rumos, e pra isso elas podem não enxergar você ali. Enquanto você chora sentado no chão do seu banheiro ou soca seu travesseiro, o mundo continua girando... Ah, esse? Esse não se importa com o que acontece com você. Ele gira, gira, gira.... Em alguns desses movimentos ele derruba as coisas, bagunça as vidas, mas no final tudo volta ao seu devido lugar. Mas você precisa cooperar, precisa levantar a cabeça quando te jogarem ao chão, precisa seguir em frente, precisa dizer pro mundo que muitos buracos ainda servirão de poço para você, mas que você tem sua própria escada que te acompanha sempre. Alguns a chamam de Deus, outros de amigos ou até de família. Não importa, você tem a sua, só precisa achá-la e usá-la. Mas ela poderá se quebrar um dia, e então, você deverá servir de escada para ela, até que ela se reconstrua e volte a ser a sua. E a vida é assim, nunca para, sempre muda, te empurrando em vários caminhos diferentes. Basta você escolher o seu.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Já passou da hora...


Já passou da hora de levantar. Vários meses se passaram e eu não posso mais permitir que eu continue parada. Vou limpar minha casa, abrir as janelas e vou respirar. Mas vou respirar bem fundo, pra que o ar encha meus pulmões e me mostre vida. Eu vou ligar o chuveiro e vou tomar um banho gelado, pra que lave todas as minhas sombras. Eu vou me olhar no espelho e vou ver a beleza dos meus olhos. Vou rastejar até conseguir andar. Então vou abrir minhas asas e vou reaprender a voar. Vou cair, vou levantar e vou tentar de novo. Vou me permitir. Vou me destrancar. Vou tocar o céu, vou em direção ao Sol. Vou sentir o calor e a luz, vou sentir a brisa do oceano, vou me jogar no mar. Vou encarar tudo o que me dá medo. Vou mostrar que sou forte. Vou procurar minha felicidade, seja longe ou seja perto. Já passou da hora. Eu estive mesmo perdida por aí, presa no tempo, mas sabe, não nasci pra ser triste e não vou deixar que isso aconteça.

O Recomeço

Hoje eu acordei sem o sorriso no rosto, sem o brilho na pele, sem a magia no olhar. Acordei porque precisava e porque o sono já não me prendia mais. Acordei sabendo que havia perdido uma batalha. Acordei e vi no espelho alguém que eu não conseguia reconhecer. Apesar do cabelo de sempre, do cheiro de sempre, os olhos inchados e a cor pálida escondiam quem eu era. A voz rouca e os soluços impediam até que meus sons fossem os mesmos. Simplesmene não era eu. Você se foi e levou com você quem eu sempre fui. Você levou meu brilho, meu sorriso e provocou tantas lágrimas que minha vista embaça até tal momento.
Mas eu sabia que precisava continuar, que havia muita coisa do outro lado daquelas paredes. Eu lavei meu rosto, olhei no espelho e mesmo assim ainda não reconhecia aquela imagem. E os dias foram se passando, e a cada manhã eu me recompunha, lavava meu rosto e tentava enxergar quem um dia eu tinha sido.
Certos dias eu conseguia até ver um deslumbre, uma sombra, um vestiígio de mim. Mas foi então que eu me dei conta de que eu nunca seria a mesma. Que toda decisão acarreta em consequências e deixa cicatrizes. Cicatrizes essas que só eu sou capaz de notar. Percebi então que aquilo não era um fim, mas sim um recomeço:tinha muito trabalho a fazer, reconstruir um coração, uma alma, uma vida. Sem esquecer que o que passou estará sempre gravado em mim, onde ninguém jamais será capaz de tocar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sou assim



Sou assim. Sou direta, sou esperta, sou moleca, sou briguenta, sou marrenta e sou assim. Sou garota com sonhos, sou mulher com desejos. Sou de fases, de luas, de estados, em constante mutação. Sou diferente, sou igual a tudo o que não tem nome. Não gosto de estereótipos, não gosto de fachada, não gosto de mentiras. Gosto da verdade, gosto da tarde, gosto ainda mais da noite. Gosto das palavras, dos encantos, gosto de acreditar que ainda tem solução. Gosto de encrenca, de bagunça, de farra e de alegria. Ainda assim gosto de ficar sozinha, de chorar e de sentir dor. A dor é a amostra mais pura de que ainda existe vida. Vida, gosto dela. E ela gosta de quem gosta dela. Ela gosta também de pregar peças, de derrubar, de erguer e de bagunçar. De mexer com a gente, de cruzar caminhos, de deixar marcas. E eu gosto das marcas, não fossem elas, não teria aprendido metade do que sei hoje. E o que sei? não sei não. Pra mim a vida não é feita de certezas, e nem certeza disso eu tenho. E eu gosto disso também. Adoro ser inconstante, imprevisível, incerta. Apesar disso, não gosto de surpresas. Gosto de ter o controle, segurar as rédeas. Ainda assim gosto de alguém querendo tomar o controle pra mim. Gosto do abraço, do beijo, do toque. Gosto do calor, do cheiro, da respiração. E ainda consigo gostar da liberdade. Gosto do vento no meu tosto, da chuva no meu cabelo. Gosto do sol, e gosto da lua. Gosto de ser diferente, de causar impacto e mexer com a sua vida. Gosto de decifrar o indecifrável, caminhar o desconhecido, ir em frente, mesmo que todas as forças me puxem para trás.

Tá escuro.


Eu to mesmo é sentindo falta. Sentindo falta da esperança, da vontade de continuar. To sentindo falta de acelerar o coração, de suar as mãos, do friozinho na barriga. To mesmo sentindo falta de olhar as estrelas, desenhar nas nuvens, rir do nada e chorar vendo a chuva cair. To sentindo falta do sentimento, do calor e do abraço. Então eu me acho aqui, esperqando o sol se esconder lá no fundo, para que quando escurerça o mundo seja só meu. Pra que eu não precise mais mostrar que quero continuar, que quero acelerar, que quero o calor e o abraço. Aí sou só eu e as estrelas. Eu e o vazio que me impulsiona. Mas é assim mesmo... a noite me conforta, me faz respirar quando o dia já me sufocou. Faz com que eu não precise fechar os olhos pra não ver. Me faz sentir o silência e ouvir meu coração. E ele grita desesperado, me alertando que daqui a pouco o dia amanhece.

Não se encaixa mais!


Não, eu não queria admitir. Juro, rolei pela cama durante vários minutos antes de me dar conta de que se não viesse registrar o que estou sentindo, não conseguiria dormir. Você me pegou de surpresa hoje, com a guarda baixa. Tinha a certeza de que já estava imune, já havia esquecido seu cheiro, sua voz. Mas me precipitei. Seu toque promoveu o mesmo choque elétrico, a mesma serotonina de sempre. E eu encontrei seu olhar que gritava que sentia o mesmo. Mas não, não vamos ter mais nada. Apesar de tudo, a certeza de que um pouquinho de mim estará sempre com você e um pouquinho de você sempre estará aqui comigo deixou sua fragrância no ar. Foram ótimos os dias que tive ao seu lado, saiba disso! Mas as pessoas mudam e eu mudei. Mudei por mim, mudei porque tudo aquilo já não me servia mais. É burrice viver o passado, remoer machucados. Eu te amei e eu te amo. Mas você simplesmente não se encaixa mais na minha vida!

Vai e vem de vida



Preciso admitir que ultimamente estive perdida: vaguei por aí, passei por vidas, conheci lugares, o mundo girou e a vida deu voltas. Mas no final foi como se estivevesse ficado parada, intacta, inerte.
Tive amigos, tive amores, tive tudo e ao mesmo tempo nada. Importei-me com insignificâncias e deixei passar detalhes. Iludi-me com palavras e apoiei alicerces em areia. Sonhei, voei e caí. Mas no final descobri que a vida é agora e é minha.
Descobri que paz é o que a gente sente quando percebe que tomou a decisão certa, quando tem a sensação de dever cumprido, quando fecha os olhos e adormece. Descobri que grandes não são os meus sonhos, grande tenho que ser eu para transformá-los em realidade.
Descobri que não há limites quando o assunto é felicidade, e não há como buscá-la. Ela vem até nós. Felicidade não passa de mera conseqüência das nossas escolhas. Aprendi que a vida é feita para se amar, e que amor maior é o que a gente tem dentro de si. Amor que nos permite impor limites, estipular regras e ao mesmo tempo ser livre.
Descobri que a tão almejada liberdade nada mais é do que poder seguir meu caminho acompanhada. Não é ser sozinha, não ter vínculos. Mas sim ter vínculos saudáveis, que me dêem alegria, me me façam feliz. Vínculos que quando saturados podem ser quebrados e reatados mais tarde, quem sabe.
Descobri ao final, que minha estrada só está começando, que a partir de agora sou eu e quem quiser vir comigo. Agradeço quem caminhou junto a mim, mas agora vamos avançar. A direção é pra frente, sem olhar pra trás, mas com a certeza de que se olhar para os lados, encontrarei vocês, prontos para festejar comigo cada nova conquista.