sábado, 29 de maio de 2010

sim, é pra você...


Até que ponto eu consigo? Até quando eu terei condições de levar isso adiante, ignorando todos os sinais, as noites mal dormidas e o medo das suas palavras quando diz precisar conversar. Você diz que me ama, que nunca ninguém olhará para mim com os mesmos olhos que você. Você faz mil promessas e chega tão perto que eu posso sentir seu coração. E ele bate num ritmo que eu ainda não conhecia. Você consegue olhar nos meus olhos, mesmo sabendo que eu posso e eu vou te machucar. Você não se importa com isso. Você me segura, como se pudesse conter todos os meus ataques de loucura, todo o meu potencial de simplesmente te levar pro mesmo poço sem fundo que eu já estive. E você não entende. Você não entende o meu cuidado, a minha preocupação e a minha força pra me manter no lugar, mesmo com zilhões de forças me empurrando em sua direção. Você não entende. Eu me conheço o suficiente pra saber que eu não vou te fazer feliz, você é bom demais pra mim, com todos os seus defeitos, sua complexidade e sua vontade de ME fazer bem. E você não pode. Por mais que eu queira, eu não posso deixar você entrar, ocupar seu espaço e tirar esses pés, que insisto em fazer pesar, do chão, do local seguro. Confie em mim, você não quer conhecer o tal poço, então faça de tudo, só prometa não sei apaixonar.

terça-feira, 25 de maio de 2010

E agora?


Talvez seja besteira minha, mas você me assusta. O seu jeito de andar em minha direção com um sorriso no rosto, sem pedras na mão e com os braços abertos pra encaixar na minha cintura. Você parece tão seguro do que faz e do que sente, que confesso que me arrepia até o último pêlo do braço. Seu timbre de voz, sua confiança, sua verdade que eu insisto em acreditar não ser tão verdade assim me tira do eixo, me dá tontura. Seus olhos que se fixam nos meus e me fazem querer imortalizar aquele momento, e se fosse pra morrer, morreria ali, perdida naquela cor que eu ainda não sei descrever. E quanto mais eu olho, menos consigo decifrar aquele extasy, aquela sensação. E não me importa quantas vezes eu diga à mim mesma que eu sei sair dalí, eu tenho que ser verdadeira, eu devo isso à mim mesma, eu não sei. É como se sua voz tivesse sido equalizada exatamente no timbre que gosto de ouvir e seu calor exatamente na temperatura confortável pra que eu não mais sentisse frio. Mesmo assim, eu não sei onde eu estou me metendo e de fato tenho medo de não ter volta. Eu fui acostumada a praticar o desapego, a não me machucar já que irremediavelmente as pessoas me feririam. Mas você pegou todas as minhas armas e as minhas guardas e as jogou pra longe, tanto que saíram do meu campo de visão. E eu tô aqui agora, sem ter com o que me defender e tão assustada que mal posso continuar. Mas sabe, você tá virando a esquina e dentro de alguns minutos seus braços vão me envolver novamente e sua voz vai me fazer esquecer qualquer outro ruído, inclusive essa vozinha que insiste em me dizer pra não avançar. E sabe, isso soa perfeitamente adequado pra mim...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Jamais


Eu quero que você saiba que a culpa não é sua. Eu não deveria nem ao menos ter começado, ter pego essa estrada. Eu achava que sabia onde ela iria dar, e cada pedra em seu caminho eu quis crer que poderia pular. Mas eu não tinha noção de quem encontraria por essas terras e quem eu poderia machucar. Você fez tudo o que qualquer garota poderia querer, tudo o que um dia eu sonhei. A gente tinha a química e a conversa, o silêncio e a bagunça que eu precisava. Mas eu sei que não posso te fazer feliz se eu não estiver feliz. E acredite em mim, por favor, você me faz um bem indescritível e inabalável enquanto está comigo, mas quando você vira as costas meu mundo volta a ser raso como um açude na seca. E eu não posso viver assim, eu preciso enchê-lo novamente, preciso me certificar de que ele não se esvaziará. E eu te amo o suficiente pra querer te ver feliz, mesmo que isso implique em deixar você ir, em pedir que vá. Pegue suas chaves, seu carro e corra. Corra pra bem longe, onde eu não possa te encontrar, tudo parece tão errado que eu não quero correr o risco de voltar atrás.Eu sei que vai doer, dói em mim também, a ponto de pensar em desistir, em correr pros seus braços e me afundar no seu moletom. Mas eu preciso ser forte, eu preciso dizer adeus. Eu sei que não tenho o direito de pedir, mas mesmo que eu me torne apenas uma lembrança, não me esqueça. Eu jamais te esquecerei...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Não tão sólido...


Todas as minhas certezas tem sido questionadas como se nunca tivessem sido construídas em alicerces tão fortes quanto foram. Toda a minha razão tem se esvaído de forma que não sei explicar. Tudo o que eu pensei ser, talvez eu já não seja mais. Eu demorei muito tempo pra me encontrar e o que eu achei já não se encaixa, não combina com o que eu vejo no espelho. Mas não, eu não estou caindo naquele poço fundo que já conheço de outras épocas. E é o mais estranho, eu estou bem. Eu posso não saber o que eu quero, mas eu sei o que eu não aceitarei aqui comigo. Eu já não preciso que me digam o que não fazer e me mostrem os próprios erros... eu convivi tempo suficiente com eles pra querer estar bem longe de tudo o que me traga qualquer traço de lembrança. Eu estava lá e eu vi. Eu assisti toda a sua vida escorrendo pelos seus dedos enquanto você se distraia com coisas fúteis. Enquanto sua razão era tamanha que não te deixava respirar. E agora, longe de todo o seu controle, eu sei o que é ter fôlego, o que é sentir minha própria vida em minhas mãos. Eu sinto muito, mas eu não quero essa sua razão, esse seu conceito de certo e errado. Foi seguindo-o que você chegou onde está hoje. E eu não quero me encontrar neste mesmo lugar daqui uns anos. Eu vivo pra ser feliz, pra traçar meu caminho, pra fazer feliz quem está à minha volta. Não preciso da sua razão pra isso. Eu preciso de paz, de abrigo, de silêncio, mas ao mesmo tempo de farra dentro de mim... de fato eu preciso, e eu sei onde encontrar...

sábado, 8 de maio de 2010

Tenho Medo...


Eu havia prometido à mim mesma que daria um tempo, que teria alguns meses só pra mim, sem ninguém que não saísse da minha cabeça. Eu juro que realmente tinha essa intenção e estava disposta a seguir em frente. Mas aí você apareceu e eu soube que não conseguiria. É verdade, eu não sei nada sobre você, a não ser o cheiro do seu perfume que insiste em me rodear. Eu não sei nada sobre seu passado e nem sobre seu presente, a não ser o brilho dos seus olhos quando olha pra mim. Eu não te conheço mas confio em você como se você fosse capaz de me defender do maior perigo. E isso me assusta. Eu tenho medo de não saber o que fazer ou como lidar com toda a situação. Eu tenho medo de gostar de você e muito mais medo de você gostar de mim. Eu sou diferente daquelas que você está acostumado e não me tornarei uma delas. E eu sei que você vai ter que aprender a lidar comigo, a estar comigo. Mas apesar de tudo, eu não sei fazer as coisas pela metade, eu sou por inteiro. E é por isso que o que mais me assusta é a possibilidade de que isso seja verdade... e você apenas uma mentira.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eu quero...


Essa coisa de príncipe encantado, de noites mágicas e vestidos rodados nunca me fez sonhar. O glamour e o reluzente sempre estiveram, para mim, muito distante de todos os contos de fada. Eu mesma, nunca quis ser princesa, nunca fui de esperar que um belo homem lutasse por mim e me salvasse de perigos. Eu não tenho pele de boneca e nem sou tao inocente quanto uma. De fato, não faz meu tipo. Eu sempre gostei da realidade, do extremo e do confuso. Eu quero mesmo é entrar na sua cabeça, é fazer você pirar. Eu não quero um romance utópico nem promessas que não podem se cumprir. Eu quero o real, o tocável, o de verdade. Eu estou aqui pra você, mas já te aviso que eu não sou a menininha que vai correr atrás e te implorar por atenção, já passei dessa fase. Eu quero mesmo é estragar suas noites de sono, é bagunçar todas as suas convicções. Eu quero passar como um furacão, deixar marcas que você não vai esquecer. Eu quero te fazer rir e abaixar todas as armas que você faz questão de manter carregadas. Eu quero e eu vou! Afinal, o lado bom de não ser a princesinha é que ninguém espera que no final eu faça tudo certo. Eu não quero o certo, ou talvez queira. Depende do que meu coração me disser. E eu quero o que ele quiser.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Let the seasons begin...


Você me usa, e eu sei disso. Você traça uma linha e eu vou caminhando em cima dela. Eu não olho para os lados pois eu sei que meu caminho está alí traçado. Eu não tropeço, eu nao titubeio. Eu sigo as curvas que você desenha com todos os seus sorrisos e seus olhos que insistem em não sair dos meus. E você dá voltas e voltas e não permite que eu desvie. É hipnótico, é sem querer, é inexplicável... Mas deixa, eu não me importo. Use-me como sempre fez, trace meu caminho e me leve onde eu não consiga mais tocar o chão. Me faça sonhar, me faça fechar os olhos, me dê sua mão e me faça esquecer. Leve-me a lugares onde eu jamais estive, me mostre o que há por dentro. Converse comigo, ouça meus problemas, me tire da sintonia com o universo, me equalize pra você. Vamos nos apaixonar, vamos morrer de amor, vamos enlouquecer... Já não me encomoda se vai ser pra sempre... mas eu preciso sentir tudo isso de novo. Eu preciso sentir seu perfume e sua voz rouca por perto. Eu preciso do seu cheiro e do seu calor. Há tempos venho me distraindo com o que nunca me interessou, questionando o que sempre foi inquestionável. E eu sei que eu preciso da sua linha pra continuar. Eu não preciso de tempo, esse não existe quando você existe. Eu preciso respirar de novo, eu preciso do ar em meus pulmões, eu preciso de vida. Então me tire daqui, me traga o oxigênio que tanto preciso. Obrigada.








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Baseado na Obra Dom Casmurro, em que Capitu "traça" a vida de Bentinho e ele por sua vez, cego de amor vive em função dela.
Trilha Sonora:http://www.youtube.com/watch?v=N-mqhkuOF7s

domingo, 2 de maio de 2010

Eu preciso


Eu to pedindo pra você entrar. Então entre, pegue sua pá e cave comigo. Mas cave até que desista, e se for pra desistir, desistiremos juntos. Enquanto você estiver lutando, eu também estarei. Então vamos, mas antes deixe-me dizer uma coisa... Eu sei que nada é como era antes, e que não somos mais tão fortes como imaginávamos ser. Mas eu tenho certeza que ainda não morremos, que ainda podemos continuar. Então vá, pegue sua pá e cave comigo. Cave fundo, cave até a raiz de todos os nossos problemas. Vamos achá-la e vamos cortá-la. Talvez ela desapareça, mas se ela voltar a crescer, vamos cortá-la de novo. Eu não me importo em fazer esse ritual a vida inteira se você disser que estará comigo, que cavará comigo. Porque enquanto eu olhar pro lado e ver que você continua tentando, eu tentarei também. Eu não preciso de mais nada, só preciso saber que você está disposto. Então entre, pegue sua pá e cave comigo.