
Mas eu sabia que precisava continuar, que havia muita coisa do outro lado daquelas paredes. Eu lavei meu rosto, olhei no espelho e mesmo assim ainda não reconhecia aquela imagem. E os dias foram se passando, e a cada manhã eu me recompunha, lavava meu rosto e tentava enxergar quem um dia eu tinha sido.
Certos dias eu conseguia até ver um deslumbre, uma sombra, um vestiígio de mim. Mas foi então que eu me dei conta de que eu nunca seria a mesma. Que toda decisão acarreta em consequências e deixa cicatrizes. Cicatrizes essas que só eu sou capaz de notar. Percebi então que aquilo não era um fim, mas sim um recomeço:tinha muito trabalho a fazer, reconstruir um coração, uma alma, uma vida. Sem esquecer que o que passou estará sempre gravado em mim, onde ninguém jamais será capaz de tocar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário