sexta-feira, 30 de abril de 2010

Correntes


Tem sido muito fácil não pensar em você. Jogar suas coisas fora e apagar todas as lembranças foi bem menos difícil do que imaginei. Chega a ser agradável essa sensação, a liberdade que sua ausência me deixou. Chega a ser constrangedor como consigo olhar nos seus olhos e não ver mais nada. E o mais estranho é que só me dei conta disso hoje, quando acordei e você não estava ao meu lado. Em compensação a cama era tão grande que havia lugar para todos os meus sonhos. O levantar foi ainda mais leve, mais solto, sem suas correntes para me atrasar. Os passos então, cada vez mais largos e rápidos, e dessa vez dados por minha própria vontade e capacidade. Não havia mais suas mãos pra me segurar, seu sorriso pra me hipnotizar. Mas esse negócio de hipnose de fato não me faz falta. Tenho preferido ver as coisas racionalmente, chega de ser irresponsável a ponto de me dar o direito de me machucar outra vez. Entregar tudo ao coração não é uma boa idéia. Além de burro, ele deve gostar de umas pingas. hahaha Veja só, até rir sem você tem sido mais espontâneo. Eu demorei muito tempo pra tomar coragem, pra perceber que chega num certo ponto que o melhor é caminhar sozinha, é aprender sozinha, é viver sozinha. E depois que eu experimentei essa liberdade, essa vontade de voar, eu não quero voltar atrás. Você não vale a pena e eu, ah... eu quero mais é agarrar tudo o que é novo e me encontrar novamente. Longe, bem longe do seu controle.

Um comentário:

  1. é mto bom viver a liberdade, émto bom o se reencontrar distante das prisões...
    não temos o direito de se machucar... essa coisa de se machucar é acidente... e se a gente vive de acidentes, uma hora a gente vai acabar se machucando de um jeito sem mais volta...
    uma hora a gente perde a confiança, a identidade e o amor próprio... e isso é o fim da vida

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