quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu também não.


E você volta, meses depois procurando aquela que você deixou ali sentada, olhando o mar sozinha, imaginando se aquelas ondas seriam capazes de levar com elas todos os cacos que você produziu. E você volta achando que ela ainda estará lá, de braços abertos, guardando seu lugar ao lado dela, esperando que você parasse pra pensar e visse que não encontraria lugar mais seu do que ali, na imperfeita compania dela. É verdade, e você voltou, mesmo jurando jamais voltar...mesmo sabendo que ela poderia ter se perdido naquela noite. Mas ela não está aqui pra que você se desculp. Ela foi embora pra nunca mais dar as caras por aqui. Ela teve que mudar, foi preciso. E ela se transformou em mim, um outro alguém que vive com os pés no chão, têm os sonhos em mente e busca realizá-los. Sabe ser feliz mesmo não tendo tudo o que deseja, e encara cada fracasso como um degrau a mais para ser escalado. Mas ela ainda tem um coração, calejado, fraco e que felizmente ainda insiste em bater. Ela se lembra que uma vez você disse à ela que a vida era como nos contos de fada, sempre tinha um final feliz, mas ela descobriu que não. E essa parte do Ela, eu faço questão de guardar. Minha vida não é baseada em contos de fadas e muito menos é repleta de finais felizes, mas eu sei que não importa quantas lágrimas eu derrame, quantos gritos eu dê, não importa. Eu vivo baseada no hoje, lembrando sempre do passado dela pra que nunca mais ninguém me cegue daquele modo. E deve ser por ela estar tão próxima, tão recente, tão superficial, que mal consegue se esconder, me lembrando sempre o porquê de eu estar aqui, fingindo não ser o alguém que você deixou, tentando ser aquela que de tão madura, não se deixa abalar. Você não me derruba mais, você não me enlouquece mais... Você acredita? eu também não.

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