domingo, 25 de setembro de 2011

É que eu to ficando cansada. Cansada não só da situação em que me meti, mas também de tentarfingir que não sei que errei. E errei sim porque o que a gente está fazendo é pura vaidade. Seria completamente diferente se "a gente"se gostasse, sim, no plural. Aí sim valeria a pena arriscar tudo o que eu estou arriscando. Só que o que acontece, na prática, é que eu estou arriscando tudo por nada. Nada. Porque é isso que a gente vai ter. Nada. Só que você me aparece suprindo todas as carências que eu tenho, desde a preocupação se eu almocei até a mensagem de boa noite. E me irrita porque eu sei que tudo isso é só culpa. Culpa pelo que eu estou passando. E você não tem culpa, eu tenho. E ao mesmo tempo eu tenho plena consciência do quão envolvida eu estou. E estou, a ponto de pedir pra você não me perguntar mais uma vez se eu estou precisando de alguma coisa... Porque a resposta é você.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sem nome


São seus braços, são deles que eu sinto falta. Do cheiro do seu moletom velho, do jeito que ele caia sobre os seus ombros. Do aperto do abraço que me sufocava, mas me mantinha ali. Do modo com que você apoiava o queixo na minha testa e olhava pro nada procurando o tudo. O tudo que se resumia em nós dois. Da respiração baixa que eu mal conseguia ouvir enquanto o batuque do coração quase me ensurdecia. Dos seus dedos que insistiam em entrelaçar cada fio de cabelo que alcançavam. Do contraste da sua pele com a minha. Saudades de ter o seu rosto como a primeira imagem da manhã. Do seu sorriso causando o meu primeiro riso do dia. De fechar os olhos, abrir e você continuar ali, dormindo a centímetros de mim. De levar um susto quando você me abraçava enquanto eu fazia o café... Não há como negar que eu sinto falta da simplicidade que a gente resolveu complicar, do essencial que a gente deixou em segundo plano. De tudo o que a gente fez questão de não se importar, de apagar, de esquecer... Eu esqueci o seu nome, eu esqueci o seu endereço. Você ficou perdido no meio de tantos outros na minha memória. Mas eu me lembro de tudo o que você me fez sentir, de todos os seus toques e seus aromas. E você está gravado na minha mente, no meu coração que não para de bater. E ele bate e bate e implora: Quem é você?