sexta-feira, 30 de abril de 2010
Correntes
Tem sido muito fácil não pensar em você. Jogar suas coisas fora e apagar todas as lembranças foi bem menos difícil do que imaginei. Chega a ser agradável essa sensação, a liberdade que sua ausência me deixou. Chega a ser constrangedor como consigo olhar nos seus olhos e não ver mais nada. E o mais estranho é que só me dei conta disso hoje, quando acordei e você não estava ao meu lado. Em compensação a cama era tão grande que havia lugar para todos os meus sonhos. O levantar foi ainda mais leve, mais solto, sem suas correntes para me atrasar. Os passos então, cada vez mais largos e rápidos, e dessa vez dados por minha própria vontade e capacidade. Não havia mais suas mãos pra me segurar, seu sorriso pra me hipnotizar. Mas esse negócio de hipnose de fato não me faz falta. Tenho preferido ver as coisas racionalmente, chega de ser irresponsável a ponto de me dar o direito de me machucar outra vez. Entregar tudo ao coração não é uma boa idéia. Além de burro, ele deve gostar de umas pingas. hahaha Veja só, até rir sem você tem sido mais espontâneo. Eu demorei muito tempo pra tomar coragem, pra perceber que chega num certo ponto que o melhor é caminhar sozinha, é aprender sozinha, é viver sozinha. E depois que eu experimentei essa liberdade, essa vontade de voar, eu não quero voltar atrás. Você não vale a pena e eu, ah... eu quero mais é agarrar tudo o que é novo e me encontrar novamente. Longe, bem longe do seu controle.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Não nasci pra ser reserva.
Eu definitivamente não nasci pra ser reserva. Não consigo mais fingir que tudo está bem, que eu não ligo pra sua liberdade e que não me incomoda você me excluir do seu mundinho e me procurar quando está carente. Sabe, eu não sei tocar você sem tocar seu coração, eu não sei te beijar e não fazer parte da sua vida, eu não sei estar com você sem pensar que a gente tem futuro. Eu sinto muito, mas não vou mais desperdiçar meus sábados a noite esperando sua ligação, muito menos vou passar meu domingo esperando que você explique por que você não deu notícias. Eu não vou cansar meu pé no salto te esperando aqui no hall, não vou borrar minha maquiagem quando você aparecer com cheiro de outra. Eu não vou mais estar disponível. Se o seu jogo é esse, me desculpe, mas eu não quero jogar. Eu sou muito mais que isso, e eu sei o meu valor. Eu sou menina o suficiente pra te fazer rir e ocupar suas noites, mas eu sou mulher pra te fazer sentir falta e querer voltar. Então vai, pode ir. Quando todas elas se cansarem da sua conversinha e do seu carro, eu estarei aqui, não por vingança, mas porque eu te amo.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Menina
Ela tem cara de maluca e olhar de sonhadora, corpo de mulher e coração de criança. Vive com música nos ouvidos e o coração na palma da mão. Anda como se fosse dona do mundo, sonha como se pudesse tornar todos os sonhos em realidade. Vive do presente, mas não se esquece do passado. Ela não sabe disfarçar, diz o que pensa e odeia mentira. Não tem medo de se apaixonar, mas mede as decisões centímetro por centímetro. Encara os problemas de frente, é garota forte. Mas precisa da sua proteção às vezes. Precisa de um abraço e de um beijo para se sentir segura. Mesmo assim resolve os problemas sozinha. Ela ama com o coração e não com os olhos, ela se entrega, mas se proteje. Se faz de desentendida porque quer ouvir você dizendo. Mas na verdade sabe muito bem o que quer. Ela tem defeitos e sabe reconhecê-los e aceitá-los. Nunca acha que é tarde demais para uma mudança e muito menos para um recomeço. Nunca deixa que digam que não é possível. Pelo contrário, pisa o pé e faz questão de mostrar ao mundo que é capaz e que nenhum sonho é grande demais pra que ela o realize.
Porto Seguro
Aí eu cansei. Depois de tantas voltas, tantas curvas, eu estava exausta. Saturada das explicações, dos argumentos, do vazio de sempre. Então eu resolvi sair. Deixei o casulo de lado, a zona de conforto e fui pro mundo. E cada hora eu me encontrava em um lugar diferente, com uma sensação diferente, em braços diferentes. Fiz tudo o que um dia achei que me faria feliz: pulei de pára quedas, conheci gente nova, sai e pela primeira vez me permiti ser livre. Realmente, tudo isso me deixava bem, muito bem. A energia corria pelas minhas veias e meu corpo reluzia minha alegria. Mas logo o efeito passava, o álcool se diluía, os braços me soltavam... E tudo voltava a ser como era a antes. Eu continuava procurando algo que não sabia o que era. As explicações, os argumentos e o vazio continuavam a me cercar. Procurei ainda mais fundo, fiquei louca, me embreaguei, me suicidei, ressuscitei de onde jamais alguém acreditou que teria forças. Mas a procura continua presente. E assim eu vou enlouquecendo cada dia mais, sem respostas, sem gritos, apenas enlouqueço. Continuo esperando, remoendo o passado, buscando segurança e paz, mas não desisto. Sabe, deve haver um porto!
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Minha escada.
Ah, com o tempo você acaba percebendo muitas coisas que jamais enxergou. Elas sempre estiveram lá, mas sempre houve algo que te impedisse de vê-las. Não adianta se culpar, a culpa não é sua. Na verdade você precisa disso. A vida foi feita para que você virasse cada esquina de uma vez, sem saber o que haveria depois da curva. Você é obrigado a se acostumar com surpresas, imprevistos e situações com que não sabe lidar. E vai aprender a conviver com isso aos poucos, e é exatamente por isso que existem coisas que você não compreende, você terá que ir devagar ao longo da sua jornada descobrindo tudo o que a vida pode lhe oferecer. Terá que fazer escolhas e tomar decisões muitas vezes difíceis e jamais saberá o que está por vir. Terá que aprender a esperar também. Esperar o resultado de suas decisões, esperar o tempo das pessoas que vivem a sua volta, esperar o seu próprio tempo. Mas não pense que os outros esperarão o seu tempo, não, seria muito fácil assim. Então você vai parar para esperar e as pessoas vão passar por você no tempo delas, vão te atropelar, te machucar e te derrubar. E mais uma vez você vai reconstruir os alicerces e se levantar, degrau por degrau. Algumas pessoas vão parar pra te ajudar, vão descer um degrau pra te deixar subir, mas não se acostume, essas são poucas. Não pense que se alguém não parar é porque não te ama, não é isso. Apenas as pessoas precism seguir seus próprios rumos, e pra isso elas podem não enxergar você ali. Enquanto você chora sentado no chão do seu banheiro ou soca seu travesseiro, o mundo continua girando... Ah, esse? Esse não se importa com o que acontece com você. Ele gira, gira, gira.... Em alguns desses movimentos ele derruba as coisas, bagunça as vidas, mas no final tudo volta ao seu devido lugar. Mas você precisa cooperar, precisa levantar a cabeça quando te jogarem ao chão, precisa seguir em frente, precisa dizer pro mundo que muitos buracos ainda servirão de poço para você, mas que você tem sua própria escada que te acompanha sempre. Alguns a chamam de Deus, outros de amigos ou até de família. Não importa, você tem a sua, só precisa achá-la e usá-la. Mas ela poderá se quebrar um dia, e então, você deverá servir de escada para ela, até que ela se reconstrua e volte a ser a sua. E a vida é assim, nunca para, sempre muda, te empurrando em vários caminhos diferentes. Basta você escolher o seu.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Já passou da hora...
Já passou da hora de levantar. Vários meses se passaram e eu não posso mais permitir que eu continue parada. Vou limpar minha casa, abrir as janelas e vou respirar. Mas vou respirar bem fundo, pra que o ar encha meus pulmões e me mostre vida. Eu vou ligar o chuveiro e vou tomar um banho gelado, pra que lave todas as minhas sombras. Eu vou me olhar no espelho e vou ver a beleza dos meus olhos. Vou rastejar até conseguir andar. Então vou abrir minhas asas e vou reaprender a voar. Vou cair, vou levantar e vou tentar de novo. Vou me permitir. Vou me destrancar. Vou tocar o céu, vou em direção ao Sol. Vou sentir o calor e a luz, vou sentir a brisa do oceano, vou me jogar no mar. Vou encarar tudo o que me dá medo. Vou mostrar que sou forte. Vou procurar minha felicidade, seja longe ou seja perto. Já passou da hora. Eu estive mesmo perdida por aí, presa no tempo, mas sabe, não nasci pra ser triste e não vou deixar que isso aconteça.
O Recomeço
Hoje eu acordei sem o sorriso no rosto, sem o brilho na pele, sem a magia no olhar. Acordei porque precisava e porque o sono já não me prendia mais. Acordei sabendo que havia perdido uma batalha. Acordei e vi no espelho alguém que eu não conseguia reconhecer. Apesar do cabelo de sempre, do cheiro de sempre, os olhos inchados e a cor pálida escondiam quem eu era. A voz rouca e os soluços impediam até que meus sons fossem os mesmos. Simplesmene não era eu. Você se foi e levou com você quem eu sempre fui. Você levou meu brilho, meu sorriso e provocou tantas lágrimas que minha vista embaça até tal momento.
Mas eu sabia que precisava continuar, que havia muita coisa do outro lado daquelas paredes. Eu lavei meu rosto, olhei no espelho e mesmo assim ainda não reconhecia aquela imagem. E os dias foram se passando, e a cada manhã eu me recompunha, lavava meu rosto e tentava enxergar quem um dia eu tinha sido.
Certos dias eu conseguia até ver um deslumbre, uma sombra, um vestiígio de mim. Mas foi então que eu me dei conta de que eu nunca seria a mesma. Que toda decisão acarreta em consequências e deixa cicatrizes. Cicatrizes essas que só eu sou capaz de notar. Percebi então que aquilo não era um fim, mas sim um recomeço:tinha muito trabalho a fazer, reconstruir um coração, uma alma, uma vida. Sem esquecer que o que passou estará sempre gravado em mim, onde ninguém jamais será capaz de tocar.
Mas eu sabia que precisava continuar, que havia muita coisa do outro lado daquelas paredes. Eu lavei meu rosto, olhei no espelho e mesmo assim ainda não reconhecia aquela imagem. E os dias foram se passando, e a cada manhã eu me recompunha, lavava meu rosto e tentava enxergar quem um dia eu tinha sido.
Certos dias eu conseguia até ver um deslumbre, uma sombra, um vestiígio de mim. Mas foi então que eu me dei conta de que eu nunca seria a mesma. Que toda decisão acarreta em consequências e deixa cicatrizes. Cicatrizes essas que só eu sou capaz de notar. Percebi então que aquilo não era um fim, mas sim um recomeço:tinha muito trabalho a fazer, reconstruir um coração, uma alma, uma vida. Sem esquecer que o que passou estará sempre gravado em mim, onde ninguém jamais será capaz de tocar.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Sou assim
Sou assim. Sou direta, sou esperta, sou moleca, sou briguenta, sou marrenta e sou assim. Sou garota com sonhos, sou mulher com desejos. Sou de fases, de luas, de estados, em constante mutação. Sou diferente, sou igual a tudo o que não tem nome. Não gosto de estereótipos, não gosto de fachada, não gosto de mentiras. Gosto da verdade, gosto da tarde, gosto ainda mais da noite. Gosto das palavras, dos encantos, gosto de acreditar que ainda tem solução. Gosto de encrenca, de bagunça, de farra e de alegria. Ainda assim gosto de ficar sozinha, de chorar e de sentir dor. A dor é a amostra mais pura de que ainda existe vida. Vida, gosto dela. E ela gosta de quem gosta dela. Ela gosta também de pregar peças, de derrubar, de erguer e de bagunçar. De mexer com a gente, de cruzar caminhos, de deixar marcas. E eu gosto das marcas, não fossem elas, não teria aprendido metade do que sei hoje. E o que sei? não sei não. Pra mim a vida não é feita de certezas, e nem certeza disso eu tenho. E eu gosto disso também. Adoro ser inconstante, imprevisível, incerta. Apesar disso, não gosto de surpresas. Gosto de ter o controle, segurar as rédeas. Ainda assim gosto de alguém querendo tomar o controle pra mim. Gosto do abraço, do beijo, do toque. Gosto do calor, do cheiro, da respiração. E ainda consigo gostar da liberdade. Gosto do vento no meu tosto, da chuva no meu cabelo. Gosto do sol, e gosto da lua. Gosto de ser diferente, de causar impacto e mexer com a sua vida. Gosto de decifrar o indecifrável, caminhar o desconhecido, ir em frente, mesmo que todas as forças me puxem para trás.
Tá escuro.
Eu to mesmo é sentindo falta. Sentindo falta da esperança, da vontade de continuar. To sentindo falta de acelerar o coração, de suar as mãos, do friozinho na barriga. To mesmo sentindo falta de olhar as estrelas, desenhar nas nuvens, rir do nada e chorar vendo a chuva cair. To sentindo falta do sentimento, do calor e do abraço. Então eu me acho aqui, esperqando o sol se esconder lá no fundo, para que quando escurerça o mundo seja só meu. Pra que eu não precise mais mostrar que quero continuar, que quero acelerar, que quero o calor e o abraço. Aí sou só eu e as estrelas. Eu e o vazio que me impulsiona. Mas é assim mesmo... a noite me conforta, me faz respirar quando o dia já me sufocou. Faz com que eu não precise fechar os olhos pra não ver. Me faz sentir o silência e ouvir meu coração. E ele grita desesperado, me alertando que daqui a pouco o dia amanhece.
Não se encaixa mais!
Não, eu não queria admitir. Juro, rolei pela cama durante vários minutos antes de me dar conta de que se não viesse registrar o que estou sentindo, não conseguiria dormir. Você me pegou de surpresa hoje, com a guarda baixa. Tinha a certeza de que já estava imune, já havia esquecido seu cheiro, sua voz. Mas me precipitei. Seu toque promoveu o mesmo choque elétrico, a mesma serotonina de sempre. E eu encontrei seu olhar que gritava que sentia o mesmo. Mas não, não vamos ter mais nada. Apesar de tudo, a certeza de que um pouquinho de mim estará sempre com você e um pouquinho de você sempre estará aqui comigo deixou sua fragrância no ar. Foram ótimos os dias que tive ao seu lado, saiba disso! Mas as pessoas mudam e eu mudei. Mudei por mim, mudei porque tudo aquilo já não me servia mais. É burrice viver o passado, remoer machucados. Eu te amei e eu te amo. Mas você simplesmente não se encaixa mais na minha vida!
Vai e vem de vida
Preciso admitir que ultimamente estive perdida: vaguei por aí, passei por vidas, conheci lugares, o mundo girou e a vida deu voltas. Mas no final foi como se estivevesse ficado parada, intacta, inerte.
Tive amigos, tive amores, tive tudo e ao mesmo tempo nada. Importei-me com insignificâncias e deixei passar detalhes. Iludi-me com palavras e apoiei alicerces em areia. Sonhei, voei e caí. Mas no final descobri que a vida é agora e é minha.
Descobri que paz é o que a gente sente quando percebe que tomou a decisão certa, quando tem a sensação de dever cumprido, quando fecha os olhos e adormece. Descobri que grandes não são os meus sonhos, grande tenho que ser eu para transformá-los em realidade.
Descobri que não há limites quando o assunto é felicidade, e não há como buscá-la. Ela vem até nós. Felicidade não passa de mera conseqüência das nossas escolhas. Aprendi que a vida é feita para se amar, e que amor maior é o que a gente tem dentro de si. Amor que nos permite impor limites, estipular regras e ao mesmo tempo ser livre.
Descobri que a tão almejada liberdade nada mais é do que poder seguir meu caminho acompanhada. Não é ser sozinha, não ter vínculos. Mas sim ter vínculos saudáveis, que me dêem alegria, me me façam feliz. Vínculos que quando saturados podem ser quebrados e reatados mais tarde, quem sabe.
Descobri ao final, que minha estrada só está começando, que a partir de agora sou eu e quem quiser vir comigo. Agradeço quem caminhou junto a mim, mas agora vamos avançar. A direção é pra frente, sem olhar pra trás, mas com a certeza de que se olhar para os lados, encontrarei vocês, prontos para festejar comigo cada nova conquista.
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