domingo, 29 de agosto de 2010

Tonight is the night to let it go...


Existem noites que eu prefiro esquecer, como aquela em que fui obrigada a dizer Adeus. Aquela em que eu olhei no fundo dos seus olhos e disse que havia terminado algo que mal havia começado. E existem noites que eu sou obrigada a esquecer, pra não remexer aquela ferida que ainda lateja. E existem noites que servem exatamente pra que você suma da minha mente, enquanto outros olhos, outro abraço, outra voz tentam me decifrar. Tentam entender porque eu sou a única que não morre de amores, não inveja e não considera aquele encontro como uma vitória. E com aquele perfume que não é o seu, vem junto as doses de tequila, o limão com sal, o sorriso que eu forço pra não ser indelicada. Mas não vou ser hipócrita e dizer que enquanto estou ali eu lembro de você. Não lembro. O gosto ardente e forte queima em minha garganta enquanto eu começo a perder o foco. Eu estou sempre ali, parada, pronta, analisando cada traço e cada som, tentando achar algo que me faça ir embora. Mas naquele momento, qualquer coisa se parece melhor que lembrar do seu cheiro. E eu sigo a minha noite, aproveitando enquanto aqueles olhos são tudo o que eu posso ver. E é sempre bom, sempre agradável. O difícil é fazer aquela noite durar outra noite, e outra, e outra... Mas não pense nisso, hoje é a noite em que deixo me levar...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Gostar demais, gostar de menos...


Meu coração tá cansado de gostar errado...gostar demais, gostar de menos. Ou, quem sabe, de não gostar. A verdade é que nós não soubemos crescer: complicamos o descomplicado, fizemos tempestades em águas tão claras e calmas, gritamos e machucamos um ao outro sem a menor necessidade. Transformamos a convivência em simples rotina e não respeitamos o sentimento que um dia existiu. E quer saber? está tarde demais para segundas chances, meu amor próprio tem gritado sem que eu ouça. Está tarde demais pra corrigir tais erros e apagar da minha memória as imagens que preferia não ter presenciado. Por muito tempo achei que o que eu sentia era amor, mas pela primeira vez eu consigo enxergar tudo muito límpido, transparente. Posso ver que foi intenso enquanto sobreviveu, cansativo enquanto aos poucos se encaminhava ao fim. E o que me surpreende é que posso ver que a culpa não foi sua e nem minha. A culpa foi nossa, se é que essa história de culpa existe mesmo. É verdade sim, nós poderiamos ter falado menos, discutido menos, brigado menos, sido nós mesmos. Nós poderiamos ter sorrido mais, brincado mais, saído mais, sentido mais, nós poderiamos ter nos apaixonado...

domingo, 22 de agosto de 2010

Único



Não vou mentir...é verdade, ainda reconheço sua voz e sua presença como se nunca tivesse se afastado de mim. Os ruídos do seu carro continuam sem se misturar com os tantos outros que estacionaram aqui em frente de casa. Continua sendo especial e único, continua sendo você. Eu insisto em te encarar procurando os olhos que diversas vezes estiveram tão limpos, tão firmes, tão cheios de confiança. Continuo te olhando querendo te dizer tudo o que eu fiz calar um dia. Talvez seja impossível, mas ainda creio no dia em que meus olhos serão suficientes pra te fazer entender que não existe outro, não existe abraço mais meu que o seu. E no fundo eu sei que é recíproco. Que você sabe que o seu coração e o meu deveriam estar juntos. Você sabe. Ou talvez não. Talvez minhas atitudes e minha vontade de me afastar tenham sido suficientes pra te fazer esquecer. Não o culpo, você tem o direito de ser feliz. Apenas nossas vidas são diferentes, escolhemos caminhos que não se cruzam e agora devemos percorrê-los. Mas também não me culpe se toda vez que eu te olhar eu sentir a mesma coisa e fugir pra outros braços pra me livrar de tudo isso. De fato não fomos feitos um para o outro, mas o destino se encarregou de mudar o fato. Mas não importa, esta escolha já foi feita: siga o seu caminho que seguirei o meu, sabendo que o passado vai ficar gravado em mim, como num antigo filme, onde o mocinho e a mocinha sempre terminam juntos e felizes, como se nada os tirasse do eixo. Só preciso me convencer que dessa vez este papel é dela e não meu...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Saudade


Há tempos algo vem me incomodando...começou leve, fina, quase imperceptível. Cresceu aos poucos como quem não quer nada, aumentou como se tivesse medo das próprias consequências e sem saber suas causas. Mas cresceu e agora toma um lugar tão grande que eu nem sabia que era possível existir dentro de um coração já tão ferido. Embora doa, não dói como dói um machucado superficial...dói fundo, tão fundo que não sei se é possível alcançar. Descobri no dicionário que o nome disso é saudade, que significa, entre outros, sentir falta de algo distante acompanhado de vontade de tê-lo. E minha saudade é dessas que não é possível suprir, saudade de algo que não volta, de palavras que já foram ditas, de atitudes que não podem ser desculpadas, tempos que ficaram para trás. Saudade de quando tudo se resumia em família, amigos e diversão. Saudade da simplicidade da visão de uma criança que acreditava sempre no final feliz. De acreditar que há solução, que o mundo não é tão asqueroso quanto realmente é. Saudade de quem eu fui, tão mais descomplicada e perfeitinha. Saudade de pessoas que não deixaram de existir, mas se tornaram apenas lembranças. Saudade de rir sem pensar, pensar sem me preocupar com o amanhã. Saudade de quando minha maior preocupação era o dia seguinte, e nada mais distante que isso tinha alguma importância. Saudade dessas que começa no cérebro, te faz entender o valor das coisas e acaba em lágrimas, lágrimas que nunca se secam...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu também não.


E você volta, meses depois procurando aquela que você deixou ali sentada, olhando o mar sozinha, imaginando se aquelas ondas seriam capazes de levar com elas todos os cacos que você produziu. E você volta achando que ela ainda estará lá, de braços abertos, guardando seu lugar ao lado dela, esperando que você parasse pra pensar e visse que não encontraria lugar mais seu do que ali, na imperfeita compania dela. É verdade, e você voltou, mesmo jurando jamais voltar...mesmo sabendo que ela poderia ter se perdido naquela noite. Mas ela não está aqui pra que você se desculp. Ela foi embora pra nunca mais dar as caras por aqui. Ela teve que mudar, foi preciso. E ela se transformou em mim, um outro alguém que vive com os pés no chão, têm os sonhos em mente e busca realizá-los. Sabe ser feliz mesmo não tendo tudo o que deseja, e encara cada fracasso como um degrau a mais para ser escalado. Mas ela ainda tem um coração, calejado, fraco e que felizmente ainda insiste em bater. Ela se lembra que uma vez você disse à ela que a vida era como nos contos de fada, sempre tinha um final feliz, mas ela descobriu que não. E essa parte do Ela, eu faço questão de guardar. Minha vida não é baseada em contos de fadas e muito menos é repleta de finais felizes, mas eu sei que não importa quantas lágrimas eu derrame, quantos gritos eu dê, não importa. Eu vivo baseada no hoje, lembrando sempre do passado dela pra que nunca mais ninguém me cegue daquele modo. E deve ser por ela estar tão próxima, tão recente, tão superficial, que mal consegue se esconder, me lembrando sempre o porquê de eu estar aqui, fingindo não ser o alguém que você deixou, tentando ser aquela que de tão madura, não se deixa abalar. Você não me derruba mais, você não me enlouquece mais... Você acredita? eu também não.

sábado, 31 de julho de 2010

Try and be alone, not lonely...


Talvez não seja só uma questão de tempo, uma fase, talvez eu seja assim... com todas as manias, defeitos e problemas que não vão passar. Talvez você tenha que me aceitar do jeito que estou agora, machucada, desconfiada, com barreiras que neste momento eu não tenho forças para quebrar. Mas eu cansei de fazer aquela velha dose de vodka minha melhor amiga, e fazer da inconciência meu ponto de equilíbrio. Então desligue esse som que anestesia meus pensamentos e diga que está aqui. Mas só diga se for para ficar. Se suas dúvidas - maiores ou iguais as minhas - te impedem de ter certeza, por favor vá embora e leve com você todas as incertezas que te cercam - as minhas já me bastam. Eu vou levar um tempo para me desintoxicar de você, a droga feita exatamente para mim e que conhece cada ponto fraco de maneira a saber agir exatamente neles. Eu tô cansada de esconder o que eu sinto e o que eu penso, de agir tentando te convencer que sou o melhor. Façamos o seguinte então, essa sou eu, conheça-me. Saiba de todos os meus tiques, bagunças, carências, problemas. Se assim eu não sou o que você precisa, então definitivamente você não se encaixa no padrão despadronizado do que eu quero pra mim, mas quero assim, quero pra sempre...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lines


São menos de 5 segundos, é a reta final, a descida, a sensação de desamparo e aflição, a queda, a montanha russa. São os 5 segundos que fazem tudo valer a pena. São os 5 segundos que ao seu lado param, imóveis, eternos. São suas palavras que me causam a mesma sensação, o mesmo zumbido no ouvido, a mesma adrenalina que aquela queda. E é você e seu sorriso, mirados diretamente pra mim que fazem com que todas as horas de espera, todos os risos sem dono, todos os abraços desajustados tenham valido a pena. Valido a pena para que eu percebesse que eu não pertencia a eles, que meu ajuste perfeito, minha peça do quebra cabeça ainda estava por aí, andando em ruas paralelas as minhas, perdendo tempo com distrações, esperando que eu me perdesse em algum ponto e por acaso cruzasse com sua vida. E em segundos você pegou todos os cacos que ele havia deixado, todas as lágrimas derrubadas, cada suspiro e olhar baixo...você apagou enquanto ele se fincava alí parado olhando eu me queimar aos poucos, desmoronar aos montes, sumir sem pistas. Mas você me enxergou aonde nem mesmo eu me enxergava, me mostrou que não importa quantos caminhos errados eu tome, as linhas se cruzam perfeitamente e em alguma hora eu hei de encontrar o que sempre procurei. E é por isso que eu agradeço a ele, minha distração. Dizem mesmo que só se reconhece o céu quando já se esteve no inferno.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Where Dreams Should Come True


Impulsivamente eu me peguei pensando em até que ponto posso ser feliz sozinha. Digo, longe dessas suas regras e opiniões que tanto me incomodam. Talvez seja apenas implicancia sua ou talvez seja o seu jeito de responder aos estímulos que o mundo ao seu redor te oferece. Mas embora de certa forma eu me pareça com você, isso me entristece e me tira o chão. Eu queria que tudo fosse mais fácil, mais simples, quem sabe até mais natural. Gostaria que eu não precisasse forçar o sorriso ou pensar em tudo o que devo ou não dizer ao seu lado. Não é de hoje que sonho em sair, em deixar o seu campo de concentração e descobrir novos lugares, novos ares. Provavelmente me faria um bem indescritível viver minhas próprias escolhas, conviver com meus próprios erros. E eu quero, eu desejo isso na mesma intensidade em que meu corpo responde aos estímulos das sua palavras. Com a mesma velocidade que meus olhos encharcam ao ouví-las. E isso torna tudo muito mais difícil, pois mesmo milhas e milhas distante de casa, em um lugar onde sonhos deveriam se tornar realidade, sua sombra insiste em me perseguir, me amedrontar... e nesse exato momento, não tenho tempo nem forças para resistir e para discutir. Faça o que quiser, só não me inclua nos seus planos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Give me a break


A ausência tem me feito bem. Em especial a sua ausência. A distância de todos os seus dramas, suas dúvidas, suas incertezas. Sabe, se fosse em outra época eu provavelmente sairia correndo, chorando, implorando e talvez até procurando você em outras vozes, outros corpos. Mas eu estou aprendendo a lidar. Aprendendo a aumentar o meu espaço e construir planos que não envolvam você. Essa é a MINHA vida, são as MINHAS escolhas, os MEUS medos - e posso te dizer que dentre eles, a ausência não mais se encontra. Deixou de ser medo, virou necessidade. Mesmo assim eu continuo sendo a mulher que não pensa pra falar, muito menos pra agir. A mulher que ri quando não pode e fala o que não deve. Mesmo não sendo previsível, é fácil apostar que eu vou ter recaídas e vou acordar de noite procurando seus braços, seu abraço. Vou te ligar pra ouvir sua voz e desligar sem ao menos emitir um som. Mas acredite, eu estou melhorando, me curando. E é impossível curar uma ferida sem tirar o objeto cortante que a causou, irremediavelmente você tem que sair dalí. A sua ausência está te expulsando aos poucos daqui. Ausência daquele tipo que te ensina, que você é obrigado a conviver para sempre. Eu me acostumei com a sua, agora acostume-se com a minha, o meu lugar já não é por aqui...Adeus.

sábado, 3 de julho de 2010

Desabafo


Que ironia não? Aquela mesma pessoa que um mês atrás queria voltar, dizia sentir minha falta e me convencia que das suas escolhas eu havia sido a mais correta. Aquela pessoa que vezes me fez querer voltar atrás, renunciar toda a minha liberdade e o meu espaço por seus braços, seu coração. E hoje eu vejo os mesmos braços, a mesma alegria indo em direção oposta, contrária àquela onde eu me encontro. E me encontro ali, MAIS UMA VEZ, querendo correr de volta, provar pra mim mesma que o meu lugar é com ele, mesmo que eu saiba que as coisas mudaram, que ele mudou. Mas eu quero, eu faço questão de me machucar. De encarar as ceninhas talvez nem tão verdadeiras que ele insiste em me fazer presenciar. São telefonemas, e-mails, mensagens que não há a menor necessidade de chegar ao meu conhecimento. Talvez eu precise mesmo é aprender que quem escolhe muito fica com o pouco. Aprender que nao existe pessoa perfeita e que príncipe encantado ainda tá preso nas folhas daquele velho livro empoeirado debaixo da minha cama. E aprender que mesmo encarando sempre como um joguinho, nem sempre eu vou ganhar, e que por ser meu não o torna menos perigoso. Talvez não seja só o costume de tê-lo por perto, de saber que ele estará ali me esperando, me suportando, me acalmando... talvez seja amor. Amor esse que como sempre só se percebe a existência quando se perde. Então parabéns: você ganhou...e eu perdi.