Segunda feira, 19h. Ônibus lotado de gente perdida com mentes
que buscam se encontrar. Não sei se o caos dessas pessoas é pior ou melhor que
o silêncio conturbado que ecoa em mim. Coração apertado. Não sei também quantas
vezes olhei a tela do celular desde que saí de casa tentando enxergar seu nome
ali. Tentei várias vezes te dar a chance de eu estar errada, mas não. Nada.
Olhares desperdiçados e telas vazias. Ainda me pergunto o porquê. Há quem
questione como pode ser amor se dói tanto. Será que sou pouco ou simplesmente
tanto que sobra? É essa diferença matemática de espaço que machuca. E o pior é
que você finge não perceber ou não liga o suficiente para se importar. A
verdade é que vivemos e nos entregamos em frequências totalmente diferentes. Eu
preciso de você em cada dia da minha semana do meu mês do meu ano da minha vida
enquanto você só me quer depois de ter tomado banho, jantado e descansado. Eu
quero ficar do seu lado até a fome apertar e a gente resolver pedir Habibs.
Minha intensidade me exausta quando comparo com a falta da sua. Será que tanto
do pouco tempo que vivemos só serviu pra provar que não nos encaixamos tão bem
assim? Sou menina de tantas incertezas mas a certeza do meu sentimento choca
com a incerteza do que é real. Dúvidas que você insiste em negar que eu vejo
tão claras e sem máscaras. Eu até queria colocar um ponto final no lugar de
todas as suas interrogações e terminar por aqui, mas esse texto não comporta
finais felizes. E não vai ter. Adeus.
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