segunda-feira, 3 de junho de 2013

Tanto e muito mais



Não sei escrever sobre você. Não sei escrever do que eu ainda não conheço muito bem e talvez também porque você me assusta. Não sei falar sobre amores verdadeiros, por mais que eu insista em escrever sobre eles. Não conheço, nunca vivi. Não sei decifrar esse seu olhar quando para o carro em frente de casa sempre que você insiste em me dar carona, mesmo sabendo que meu carro tá na garagem e o tanque tá cheio. Ainda não.

Ainda não. Isso me dá esperança. Porque a gente pode ser, sabe? A gente pode. A gente pode ser o que faltava um no outro, a gente pode ser o tampão desse vazio que insiste em deixar claro que existe. A gente pode ser a primeira mensagem do dia e a ligação de boa noite. E a gente já é, sabe? Mas a gente pode ser muito mais.

Você já é muito mais. Muito mais do que eu esperava em pouco menos de dois meses. Muito mais do que muita gente que ficou muito menos em tanto tempo. Muito mais do que o meu racional consegue entender.

E eu não quero entender. Coração é assim mesmo, a gente não explica e a gente não entende. Mas a gente se entende, e é isso que importa. E eu vou rir das suas loucuras e das coisas que você abre mão só para poder passar duas ou três horas comigo. Vou te chamar de imbecil quando na verdade meu rosto mal comporta o sorriso que eu tenho vontade de abrir.

Você me faz sorrir. E é isso que me importa agora porque fazia um tempo que ninguém me fazia rir mais do que chorar. Fazia tempo que ninguém se preocupava a ponto de querer saber se eu já cheguei, se eu já fui, onde eu estou. E eu estou aqui. O que são 340 quilômetros quando se tem tudo do outro lado da vida e no fim da estrada? O destino, que é você, faz a distância valer a pena. Faz a vida valer a pena. É por isso que eu digo sempre que eu vou, mas eu volto. Me espera!

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