quinta-feira, 26 de maio de 2011
Ainda não encontrei.
Estaria mentindo se dissesse que não. É verdade, procuro em todos os corpos encontrar você. Procuro o seu sorriso quando me via virando a esquina, as suas mãos no bolso suando de nervoso. Procuro o piercing na sobrancelha que você um dia quis colocar e bateu na minha porta pra me mostrar. Procuro você encostado na grade em frente do colégio quando agora eu saio da faculdade. Procuro seus dedos entre os meus quando toca a nossa música. Procuro o seu carro em do outro lado da rua, mesmo em outra cidade. Procuro seus olhos pequenos me fitando enquanto eu falo no telefone. Procuro a sua compania até o ponto de ônibus. Procuro a sua voz rouca que ainda sussura as palavras que um dia passaram pelos meus ouvidos. Procuro seu andar desajeitado em cada passo que eu dou, sozinha ou não. E agora outros olhos me fitam, outra voz tenta me seduzir, outro carro está estacionado aqui em frente. E jajá eu preciso ir, tem gente me esperando no hall do predio. E eu continuo a te procurar em todos os homens que ousam tentar me conhecer. E não me conhecem, não como você.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Existem dores que latejam fundo, doem ardido. Existem certezas que martelam na mente, dúvidas que jamais serão respondidas. Questionamentos que eu insisto em me fazer pra tentar entender cada atitude sua, cada erro que você insistia em defender. Queria entender suas razões, seus motivos. Você reconstruiu sua vida e destruiu a minha. E dói. Dói bastante. Dói lá dentro. Eu não sei o que dizer, o que perguntar, o que afirmar. Eu só queria conseguir escrever. Então só fica registrado que eu queria sentir sua falta, queria escrever sobre você. Queria dizer o quanto você fez parte da minha vida e da minha história. O quanto você me abraçou quando eu precisei. O quanto eu te quis por perto. Mas eu não consigo. Você matou aos poucos o maior amor do mundo. Você morreu devagar, e levou contigo cada pedacinho do meu sorriso. E agora você se foi de verdade. E agora eu sei que acabou. E quando acaba, dói mais ainda.
Não ame.
Eu vou pedir pra você não me amar. Isso, não me ame. Não me ame porque dessa vez eu não quero precisar fugir, não quero precisar te deixar pra trás. Acontece que eu não vou te amar, não sei te amar. Mas eu sei gostar, e muito. Então não vamos complicar as coisas, não vamos colocar rótulos nisso aqui que é tão bonito. Você gosta, eu gosto, ninguém ama. Sabe, amor machuca. Gostar não. Amor dói, amor sufoca. Não quero doer, já sinto dor o suficiente pela vida inteira. Não quero sufocar. Não quero que você tire meus pés do chão que eu demorei tanto pra encontrar. Quero ficar bem aqui. Não queira me fazer voar, não tenho asas meu bem. Não queira me mostrar o sol nascer, porque uma hora ele morre. Não queira me levar junto, só me queira aqui. Você sabe meu telefone e meu endereço. Você sabe meu nome mas não sabe meu passado. E não queira saber. Pra mim, saber que você existe já basta. E existe por enquanto. Porque amanhã eu posso dar uma volta e não mais voltar. Eu sou assim. Eu sou livre. Eu sou solta. Eu sei que nada dura pra sempre. Eu sei que eu não sei quanto tempo vou continuar assim. E se amanhã for diferente? Amanhã é outro dia, e amanhã eu me preocupo. Porque eu sou solta, eu sou livre, não queira me amar, apenas goste, goste de gostar.
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