terça-feira, 30 de novembro de 2010
É ele
Ei você. Eu sei que você me vê sair de casa todos os dias e me encara enquanto espero meu ônibus na rua de baixo. Eu sei que você sai 10 minutos antes do trabalho pra ver se me encontra na volta para casa. E se me vê do outro lado da rua você atravessa na tentativa de chamar minha atenção. E sabe, você conseguiu. Eu admiro a paciência que você tem de analisar cada traço da minha fisionomia. Eu acho lindo o respeito e o cuidado que você tem com as palavras quando se refere a mim. Eu sinto sua respiração no ritmo da minha quando vem me cumprimentar. Eu percebo os seus olhos em mim mesmo quando estou longe e distraída. E o melhor de tudo é que você me conhece melhor do que ninguém. E me entende melhor do que ninguém. E me trata melhor do que ninguém. E além de tudo você sempre foi meu companheiro, confidente, amigo. Talvez você tivesse razão quando me ligou semana passada, dizendo que podíamos ser mais juntos. Podíamos ser o melhor de nós dois. Eu acho que eu sempre soube e você também. Nossas vidas foram feitas uma para a outra, nossas características moldadas para os defeitos um do outro. O seu corpo é o encaixe perfeito do meu, com a estrutura exata pra suportar os tantos pesos que trago comigo. Eu tentei esconder de mim mesma, por anos, o quanto as minhas imperfeições fazem das suas insignificantes. O quanto somos tão desajeitados separados, mas imbatíveis juntos. Mas está na hora de enfrentar, de aceitar. Talvez seja verdade que eu amo o seu sorriso, o seu andar, o seu jeito despreocupado de contar o que fez durante o dia. Inevitavelmente, eu sou apaixonada pela pessoa que você se tornou na minha vida, apaixonada por você.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Adeus
Eu digo Adeus. Vou-me indo por aí, sem caminho, sem destino. Quero correr todos os campos floridos que encontrar, nadar em todos os oceanos que eu puder. Deixa eu tomar esse banho de chuva, rolar na grama como uma criança. Deixa, deixa eu ser... Deixa eu ser inconsequente e imatura só mais uma vez...enquanto é tempo. Vou viajar, conhecer países e lugares que eu nunca vou esquecer, vou falar com gente estranha e fazer amigos na fila do pão. Quero pular de paraquedas e mergulhar nas Ilhas do Caribe. Deixa eu viver, deixa eu viver. Eu tenho pressa, pressa de sentir o vento no meu cabelo, de sentir as gotas no meu rosto. Eu tenho pressa de respirar esse ar que oxigena o meu sangue e me traz a vida. Deixa eu ir, sem data marcada pra retornar, sem passagem pra voltar. Deixa eu ir, deixa eu ser, deixa eu viver, deixa eu procurar... e diga a todos, que só volto quando me encontrar.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Desejaria mil vezes que sua mãe tivesse tido dor de cabeça naquele dia. Ela não teve, você nasceu. E o pior, me conheceu. Esbarrou em mim e derrubou todos os meus livros, bagunçando todas minhas folhas e depois, toda minha mente. Desculpe a rima, mas não consigo evitar, tudo que eu escrevo sobre você acaba virando poesia. E você não merece ser na minha vida, nem aquela frase que digo toda vez que chuto o dedinho na quina da cama. Você é um idiota, que não tem nada na cabeça e no coração. E o problema é justamente esse, eu sempre achei que poderia completar esse vazio. Eu não sou o suficiente, sou mais que isso. Eu sobro. E essa parte que sobra dói toda vez que você diz que não tem certeza. Decorei suas palavras, mas nunca as entendi.
(Desconheço Autoria)
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
...
E o meu maior medo era te ver assim, tão entregue, tão disposto, tão presente mesmo com todo o seu passado. Me assustava te ver querendo me fazer bem, querendo apagar de mim tudo o que me fez ser o que eu sou hoje, tão desconfiada, tão inacessível. Talvez você também tivesse medo, medo das minhas reações, medo dos meus medos. E mesmo assim queria estar comigo, apenas estar comigo, sem cobranças, sem clichês, sem rótulos. Você não precisava de uma aliança no dedo nem mesmo sair por aí dizendo que eu era sua e só sua, pra você bastava que eu fosse sua enquanto estivesse com você. E eu não vou negar que eu gosto de você, gosto sim. Mas por gostar não vou me permitir entrar nessa falta de compromisso. É verdade que eu andei meio sem rumo ultimamente, estive em muitos abraços e dormi várias vezes pensando em outros, mas eu continuo aqui, debaixo de toda essa proteção. Continuo a mesma menina que não consegue te beijar e esconder, que se controla pra não gritar pro mundo que meu lugar é do seu lado. Mas maior que o medo que eu tenho de te ver assim, é o medo que eu tenho de me ver aqui, sabendo que você vai ler esse texto e vai achar que é hipocrisia. Me desculpe se eu não sou tão transparente quanto você gostaria, me desculpe se o meu medo é maior que a minha capacidade de correr até você, me desculpe...